O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), abordou recentemente o pacote para segurança pública lançado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que propõe medidas para dificultar a compra de armas pela população. Em uma entrevista concedida nesta segunda-feira (24/7), Tarcísio defendeu que a posse de armas pelos cidadãos é um “poder de dissuasão” contra a criminalidade.
De acordo com o governador, ter cidadãos armados pode ser uma forma de inibir potenciais criminosos, uma vez que estes ficam incertos sobre quem está armado e quem não está. Ele argumentou que um cidadão armado tende a pensar duas vezes antes de abordar alguém para cometer um delito, pois a incerteza sobre a reação do outro torna a ação mais arriscada para o criminoso.
Essa posição contrasta com as medidas propostas pelo governo Lula, que visa dificultar o acesso a armas de fogo como forma de combater o crime organizado. A facilitação do acesso a armas foi uma das principais bandeiras do governo Jair Bolsonaro (PL), no qual Tarcísio foi ministro da Infraestrutura, mas agora é alvo da gestão Lula. A intenção é evitar que arsenais cheguem ao crime organizado e, consequentemente, reduzir os índices de violência no país.
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Tarcísio enfatizou que o Brasil enfrenta uma situação preocupante em relação ao armamento dos criminosos. Segundo suas palavras, “o criminoso está armado até o dente”, o que representa um grande desafio para a segurança pública. Diante disso, o governador ressaltou que a ação de segurança pública do estado de São Paulo incluirá o combate ao contrabando de armas.
Ele salientou que o objetivo não é dificultar a aquisição de armas por parte dos cidadãos de bem, mas sim evitar que armamentos ilegais cheguem às mãos dos bandidos.
Nesse sentido, o governo estadual pretende investir em inteligência para combater o contrabando de armas, atuando de forma estratégica para evitar que essas armas cheguem ao mercado ilegal e sejam utilizadas para fins criminosos.
A discussão sobre o acesso às armas no Brasil é complexa e envolve diferentes perspectivas. Enquanto alguns defendem a posse como uma forma de autodefesa, outros argumentam que a presença massiva de armas de fogo pode contribuir para o aumento da violência e da criminalidade.
Nesse contexto, o desafio das autoridades é encontrar um equilíbrio entre o direito à posse responsável de armas e a necessidade de garantir a segurança e a tranquilidade da população.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil