Governo Bolsonaro quer vítima de estupro investigada após aborto

O ginecologista Raphael Câmara (foto), que chefia a pasta da Secretaria de Atenção Primária, é tido como um ativista contra o aborto

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Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 09/06/2022 às 16:39 | Atualizado em: 09/06/2022 às 16:39

O governo Bolsonaro quer que se investigue mulheres que fizeram aborto legal em decorrência de um estupro.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde divulgou nesta semana um documento em que sugere tal ação. Como informa o Uol.

Trata-se do “Guia de Atenção Técnica para Prevenção, Avaliação e Conduta nos Casos de Abortamento”.

O documento, portanto, é da Secretaria de Atenção Primária, que o ginecologista Raphael Câmara chefia do governo Bolsonaro.

“Não existe aborto ‘legal’ como é costumeiramente se cita. Todo aborto é um crime”, diz um trecho, na página 14.

Como resultado, conforme o documento, mesmo o aborto em decorrência de estupro -que está previsto em lei- seria crime e, portanto, deve-se investigar.

Assim, se o Ministério não conseguir comprovar que houve um estupro, portanto, consideraria a vítima criminosa e poderia responder por isso.

Então, para a ginecologista Juliana Giordano, “essa é mais uma tentativa de restringir e desmontar o direito ao aborto no Brasil”. Ela é co-fundadora da Rede Feminista de Ginecologistas.

Já o Ministério da Saúde não respondeu por que publicou afirmações em desacordo com a Constituição.

Dessa maneira, a pasta informou apenas que vai realizar audiência pública para ouvir a sociedade e especialistas sobre o conteúdo do documento.

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Foto: Divulgação/Agência Brasil