O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que, apenas 6 milhões devem ser contemplados com o novo programa do governo, o Renda Brasil. Este, portanto, está sendo elaborado para substituir o Bolsa Família.
A princípio foram identificados 38 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade que eram invisíveis para o governo. Esses estão cadastrados no programa do auxílio emergencial de R$ 600.
Com isso, o número de beneficiários deverá passar dos atuais 20 milhões para 26 milhões.
“O Brasil está tentando socorrer essas pessoas vulneráveis e estamos descobrindo que, dos 38 milhões de invisíveis, 6 milhões deles, pelo menos, realmente precisam de assistência social”, afirmou o ministro, na manhã de ontem, em videoconferência com estrangeiros organizada pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL), sediada em Madri e presidida pelo prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, que intermediou a palestra virtual.
Guedes não deu valores do novo benefício e fez questão de descartar um programa de renda básica universal. “Estamos desenhando um novo programa, mas ele não será de renda básica universal”, afirmou. “Vamos tentar ajudar os outros 32 milhões a conseguirem empregos em um novo sistema trabalhista”, acrescentou. Ele ainda criticou os encargos sobre a folha, voltando a classificá-los como “máquinas de destruição em massa de emprego”. E destacou que os recursos para o novo programa virão de fundos e programas que serão extintos.
O ministro disse que o governo pretende adotar medidas para promover emprego, mas não deu detalhes. Contudo, sinalizou que essa medida estaria atrelada ao novo imposto que ele pretende criar como compensação para a desoneração da folha de pagamentos. “Queremos substituir o imposto cruel sobre folha, mas não haverá aumento de carga tributária”, respondeu Guedes, ao ser questionado por Llosa sobre o assunto.
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Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
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