O secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, foi o entrevistado do UOL News desta quarta-feira (25/1). Terena responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo drama vivido pelos ianomâmis ao incentivar garimpos e também a ex-ministra Damares por negar ajuda humanitária.
O secretário também criticou a fala de Bolsonaro que, segundo ele, “reforça uma visão antiquada e estereotipada dos povos originários.”
“Esse tipo de resposta reflete um resquício colonial que está presente no imaginário de muitos brasileiros, de que indígena é coisa do passado e ficou preso nos livros de história da 4ª série. Ao usar esse discurso, ele tenta deslegitimar uma reivindicação étnica e legítima dos povos indígenas”, disse Eloy Terena, secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas.
Na entrevista, Terena disse que o governo de Jair Bolsonaro recebeu diversos alertas sobre a gravidade da situação do povo yanomami, tanto de entidades nacionais quanto internacionais.
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O ex-presidente, que classificou a crise humanitária como “farsa da esquerda”, negou ter agido com descaso e afirmou que, em visita à região em 2021, os indígenas pediram internet – para ele, um sinal de que não havia problemas por ali.
Terena reforçou que ações promovidas durante o governo de Jair Bolsonaro, como favorecer a ação indiscriminada de garimpeiros ilegais, tiveram influência decisiva no agravamento da crise dos Ianomâmis.
Ele também citou Damares Alves, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos como responsável pelo quadro de descaso.
“Na gestão Bolsonaro, há uma conduta proativa e expressiva de, além de negar a proteção, incentivar o garimpo naquelas terras indígenas. Ainda no período dele e da ministra Damares, houve veto à ajuda humanitária aos povos. Há um divisor de águas nesse sentido. Há um conjunto de condutas dolosas com a intenção de prejudicar”, ressaltou.
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