Chefe do Ibama diz que vai rever licenças para obras na BR-319

Também afirmou que o principal “problema” nas estradas que cortam a Amazônia é conciliar governança com conservação ambiental.

MPF divulga carta contra repavimentação da BR-319

Diamantino Junior

Publicado em: 13/03/2023 às 23:37 | Atualizado em: 14/03/2023 às 10:35

Uma reportagem do portal Poder 360 traz a informação que o novo chefe do Ibama vai revisar licenças ambientais da BR-319 já concedidas.

O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, disse que a licença da BR-319, que corta a floresta amazônica e interliga Manaus a Porto Velho (RO), depende dos estudos ambientais sob responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).

“Eu não tenho condições de dizer se essas licenças serão emitidas ou não. Se essa estrada vai sair ou não. Vai depender muito da análise dos estudos que o DNIT apresentar”, disse Agostinho em entrevista publicada ao jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (0aa9/3).

Ele ainda afirmou que o Ibama irá revisar duas licenças da BR-319. Uma já concedida pelo governo Bolsonaro, chamada de viabilidade. Já a segunda é voltada para realização de obras na rodovia.

A estrada corta uma vasta área densa da floresta amazônica. Segundo ele, a rodovia serve como “fronteira de desmatamento”.

Leia mais

BR-319: suspenso pelo Dnit contrato de 51 quilômetros do lote C

Também afirmou que o principal “problema” nas estradas que cortam a Amazônia é conciliar governança com conservação ambiental.

Sobre as operações na Terra Ianomâmi, o presidente do Ibama diz que ação está em sua segunda fase, voltada em criar barreiras para inibir a reentrada de garimpeiros.

Agostinho classificou a estrutura interna do órgão como “precária” e disse que há pouco efetivo. “O Ibama chegou a ter 2.000 fiscais, hoje não tem mais que 300. Estou trabalhando com 470 servidores aposentados. A nossa estrutura é precária”, afirmou.

Ao Poder360, o Ibama informou que apreendeu três aviões, sete barcos e 13 balsas usadas como estrutura para o garimpo ilegal.

Foto: divulgação