A menos de seis meses da eleição estadual, o nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014), morto em acidente aéreo em meio à campanha presidencial de 2014, passou a ser evidenciado em diferentes palanques políticos do estado e até a nível nacional.
Apesar de ter tido perfil ligado à esquerda ao longo de sua trajetória política, Campos era conhecido pelo diálogo com diferentes correntes e tido como hábil articulador político.
As conversas envolviam, muitas vezes, aliados e adversários para discussões de projetos de governo e montagem de alianças para palanques políticos, como o da sua candidatura à Presidência nas eleições de 2014.
No berço político de Eduardo Campos, Pernambuco, a eleição de 2022 promete uma disputa intensa. Em razão da sua alta popularidade ainda remanescente na memória do eleitor, o ex-governador deve ser relembrado por diversos atores políticos locais.
O partido de Eduardo Campos, o PSB, costuma explorar a imagem do ex-governador costumeiramente em campanhas eleitorais. Isso se deu de maneira mais forte em 2014, logo após sua morte.
Oposição
Apesar de o PSB deter a engenharia maior sobre o nome de Eduardo Campos, a oposição no estado também pode relembrar os vínculos com o ex-governador.
No plano nacional, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, ao anunciar sua filiação ao PSB após sair do PSDB, reproduziu uma fala de Eduardo. “Não vamos desistir do Brasil”, escreveu o ex-tucano nas redes sociais.
Memória eleitor
Para o cientista político Adriano Oliveira, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), lembranças de fatos e personalidades do passado fazem parte de estratégias de campanhas eleitorais para ativar a memória positiva do eleitorado.
“Eduardo Campos ainda é um ator muito ativo na memória do eleitor pernambucano porque trouxe para Pernambuco um projeto de pujança. O segundo aspecto é o erro por parte de candidatos da oposição de conseguir enxergar uma estratégia que vá além da nacionalização da eleição e do ‘eduardismo'”, afirma.
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Foto: Agência Brasil