O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, confirmado como ministro da Defesa do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL), negou, nesta segunda-feira (5), que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de transição indique uma postura autoritária do governo eleito. “Ninguém tá pensando em intervenção militar”, disse ao descartar desconfiança de parte da população com ato que aconteceu há 54 anos no país.
Segundo ele, são nomeações técnicas e que consideram a elevada formação profissional.
“O país resolveu aproveitar tudo o que investe na formação. É uma questão de coerência de aproveitamento do que foi investido nos militares, que nós possamos participar da vida pública. Não tem nada a ver com governo militar, ninguém tá pensando em intervenção militar, ninguém tá pensando em autoritarismo, é uma aproveitamento de gente que o país não estava acostumado a aproveitar. Pouca gente conhece o Brasil como nós”, disse.
O general Augusto Heleno participou, hoje (5), da primeira reunião da equipe de transição coordenada pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni.
Após o encontro, o general foi perguntado sobre a participação de militares no próximo governo, que inclui o próprio presidente eleito, capitão reformado do Exército, além do vice-presidente da República, general Mourão .
O general Augusto Heleno classificou a confirmação do juiz federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça como “um gol de bicicleta do meio de campo” do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Ele afirmou que a escolha de todos os prováveis 16 ministros do governo não deve ser urgente e que há muitos nomes qualificados.
“Todos apresentam credenciais muito significativas e naturalmente a escolha é muito difícil. Imaginem a pressão que o presidente sofre nessa altura. Não há essa urgência, não é tão urgente assim”, afirmou.
Venezuela
Questionado sobre a atuação do Ministério da Defesa na crise migratória da Venezuela, o general Heleno classificou a questão como um “problema humanitário” e disse que o trabalho de acolhimento será mantido.
“As Forças Armadas estão sendo empenhadas no atendimento humanitário, a gente tá acolhendo quem tá resolvendo passar a fronteira para o lado do Brasil. É um trabalho difícil, a quantidade [de migrantes] é acima da capacidade de Roraima.”
O militar negou que haverá, por parte do próximo governo, qualquer tipo de “ingerência” nos assuntos internos da Venezuela e disse que o fechamento de fronteira entre os dois países está fora de cogitação porque é uma proposta, segundo ele, “não realizável” na prática.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Reprodução/Band Eleições