Os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, protocolaram uma nova petição na Comissão de Valores Mobiliários (CVM ).
No documento indicam o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot como principal responsável por vazamento de dados sobre delação premiada que estava em curso em 2017.
Os dois empresários alegam que não podem ser acusados de manipulação do mercado no processo de “insider trading ”.
Tramita desde 2017 na CVM um Processo Administrativo Sancionador (PAS) no qual as empresas JBS e Seara são acusadas de terem se beneficiado de negócios com contratos de dólar futuro.
Os Batistas pedem que as operações sejam consideradas legítimas e lícitas e que a CVM não aplique nenhuma punição às empresas.
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Conforme a acusação, Wesley Batista supostamente conhecia o momento do vazamento de parte do conteúdo da delação de pessoas ligadas ao grupo J&F (dono da JBS e Seara).
Com base nessas supostas informações privilegiadas, as empresas teriam obtido ganhos indevidos comprando e vendendo dólares e ações.
Os empresários negam ter cometido irregularidades.
Afirmaram que essas operações eram típicas ao longo dos anos , como mostra o histórico da empresa.
Na petição (íntegra – 1Mb) protocolada na CVM pelo advogado Walfrido Warde Júnior em 12 de fevereiro de 2020, os irmãos Batistas citam o livro de Rodrigo Janot “Nada menos que tudo: Bastidores da Operação que Colocou o Sistema Político em Cheque ”.
O livro ficou conhecido por revelar que Janot teve a intenção de dar um tiro no ministro Gilmar Mendes, do STF.
Mas contém outros relatos que agora podem ser usados para explicar como se deu o vazamento dos dados no que ficou conhecido como “Joesley day ”, em 17 de maio de 2017 .
Segundo a defesa dos Batistas, no livro de Janot fica claro que os empresários não foram os responsáveis pelo vazamento nem tiveram influência sobre como se deu a divulgação de informações contidas na delação.
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Foto: Sérgio Lima/Poder360