Jean Wyllys perde na Justiça processo de conteĂºdo ofensivo no Facebook

Publicado em: 05/12/2017 Ă s 19:25 | Atualizado em: 05/12/2017 Ă s 19:25

Uma sentença da Justiça do Distrito Federal liberou o Facebook no Brasil, no Ăºltimo mĂªs, da responsabilidade sobre conteĂºdos ofensivos publicados pelos usuĂ¡rios.

De acordo com a decisĂ£o, a empresa nĂ£o tem obrigaĂ§Ă£o de publicar direitos de resposta nas pĂ¡ginas, e nem de excluir vĂ­deos e postagens sem uma determinaĂ§Ă£o judicial expressa.

A decisĂ£o Ă© da 5ª Turma CĂ­vel do Tribunal de Justiça do DF, e foi dada em um processo movido pelo deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ).

Na aĂ§Ă£o, o parlamentar acusa o deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) de fraudar um vĂ­deo e publicar a gravaĂ§Ă£o no Facebook.

Em primeira instĂ¢ncia, o juiz da 14ª Vara CĂ­vel Luis Carlos de Miranda tinha determinado, entre outras coisas, que o Facebook excluĂ­sse os vĂ­deos considerados ofensivos.

A empresa cumpriu esse trecho, mas recorreu de outros dois pontos da mesma sentença: a obrigaĂ§Ă£o de publicar um direito de resposta nas pĂ¡ginas de Éder Mauro e de outras trĂªs pessoas que repercutiram o conteĂºdo – os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Fernando Francischini (SD-PR), e a psicĂ³loga Marisa Lobo.

A obrigaĂ§Ă£o de excluir novas publicações do mesmo conteĂºdo, Ă© a partir de ofĂ­cios administrativos enviados pelo deputado Jean Wyllys ou por representantes.

Neste caso, nĂ£o seria preciso voltar Ă  Justiça para que os novos links fossem derrubados.

O deputado Jean Wyllys estĂ¡ em missĂ£o oficial no exterior pela CĂ¢mara.

Por meio de sua assessoria de imprensa, ele afirmou nĂ£o concordar com o trecho da decisĂ£o da Justiça que libera o Facebook da responsabilidade sobre publicações futuras que sejam ofensivas.

 

Pronunciamento

O vĂ­deo publicado no Facebook e considerado ofensivo pela Justiça usa trechos de um pronunciamento feito por Jean Wyllys em 2015, em uma reuniĂ£o da ComissĂ£o Parlamentar de InquĂ©rito (CPI) que apurou a violĂªncia contra jovens negros e pobres no Brasil.

No trecho, Wyllys aparecia dizendo que negros e pobres sĂ£o potencialmente mais perigosos que brancos de classe mĂ©dia.

Na Ă©poca, o deputado recorreu a gravações da TV CĂ¢mara para mostrar que a frase foi retirada de contexto – naquele momento, ele afirmava que essa distinĂ§Ă£o entre negros e brancos fazia parte de um “imaginĂ¡rio impregnado, sobretudo nos agentes das forças de segurança”.

Fonte: G1

 

Foto: CĂ¢mara dos Deputados