O deputado federal José Ricardo (PT-AM) não é o primeiro parlamentar a abrir mão dos privilégios a que tem direito igual aos demais congressistas. Ao menos 15 outros parlamentares estão no grupo dos que aceitaram perder penduricalhos agregados ao salário; outros nem tanto.
Nesse grupo se destacam o jovem deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) e o já experiente senador José Antonio Reguffe (sem partido-DF).
Outros sete senadores, entre 54 a que têm direito, abriram mão, até o momento, do auxílio-mudança de R$ 33,7 mil pagos no início e no término do mandato.
Para pagar esse benefício, o Senado reservou R$ 3,6 milhões, dos quais metade vai para os que estavam de saída (fim do mandato).
Os senadores Ana Amélia (PP-RS), Eduardo Braga (MDB-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Paulo Paim (PT-RS) abriram mão da ajuda de custo do fim do período.
Enquanto isso, por outro lado, o Major Olímpio (PSL), Mara Gabrilli (PSDB), Oriovisto Guimarães (Pode) e novamente Eduardo Braga recusaram o montante para o começo dos trabalhos.
Major Olímpio e Mara Gabrilli também renunciaram à ajuda de custo pelo término do mandato de deputado federal.
Na Câmara, além deles, Elvino Bohn Gass (PT-RS) abdicou da verba. A Casa tem 513 parlamentares.
Da bancada do Ceará, cinco parlamentares abriram mão do auxílio-moradia de R$ 4,2 mil contra 22 que não abdicaram, publicou o jornal O Povo, de Fortaleza.
De acordo com o Estadão, o auxílio-mudança é pago a senadores e deputados que têm casa em Brasília e não pretendem se mudar.
Os que se reelegeram recebem o valor duplicado. O “penduricalho” está previsto desde 2014. Os senadores que estão no meio do mandato, 1/3 da Casa, não tem direito a receber a ajuda de custo.
Entre os críticos mais fervorosos do pacote de penduricalhos concedidos a congressistas estão o deputado Kim Kataguiri, de 23 anos, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), e o senador José Reguffe, de 46.
Kataguiri atacou a bancada de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro que, segundo ele, critica privilégios, mas não abre mão de nenhum benefício como, por exemplo, a aposentadoria especial.
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Na outra ponta, o senador Reguffe, que abriu mão de todas as mordomias, foi igualmente duro com quem se apega à coisa pública e já ganhou alguns inimigos por sua posição moralizadora.
“Não existe Estado Democrático de Direito sem um Poder Legislativo forte e atuante. Mas ele não precisa ser gordo e inchado como é hoje. Não precisa custar o que custa hoje para o contribuinte brasileiro”, de acordo com a Agência Senado.
Reguffe destacou o que chamou de “farra” das viagens de ministros nos jatinhos da FAB todos os finais de semana e ainda a grande quantidade de funcionários comissionados no governo.
Entre os benefícios dispensados pelo senador estão auxílio-moradia, carro oficial, cota de combustível e de passagens aéreas.
Reguffe disse também que abriu mão da aposentadoria especial de parlamentar e fez a opção por continuar contribuindo para o INSS.
Ele ainda dispensou o plano de saúde dos senadores, que é vitalício e sem limite de despesas.
“Quem quer, faz. Toma atitude, abre mão na prática. Quem quer não diz que é contra, mas que recebe porque é seu direito”, concluiu.
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Foto: BNC Amazonas