O pagamento de propina por empreiteiros para políticos do MDB e PT na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, é a razão da operação Buona Fortuna, 49º desdobramento da operação Lava Jato que nesta sexta, dia 9, cumpre nove mandados de busca e apreensão em São Paulo e Paraná.
Um ex-ministro, Delfim Netto, é dos alvos principais. Ele é, segundo o Ministério Público Federal (MPF), suspeito de ter recebido de R$ 4 a 15 milhões por meio de “contratos fictícios de consultoria”.
Parte desse dinheiro ilícito ia para políticos petistas e medebistas .
Os procuradores do MPF montaram a operação com base em informações dos acordos de leniência (delação) das construtoras Andrade Gutierrez , Odebrecht e Camargo Corrêa.
Quem assina os mandados é o juiz Sérgio Moro.
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O Professor
Delfim Netto teria recebido R$ 15 milhões do Consórcio Norte Energia (composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli), por meio de contratos fictícios de consultoria.
Além dos 10% remetidos ao ex-ministro, o consórcio teria enviado propina aos partidos MDB e PT. Segundo o MPF, cada um dos partidos recebeu 45% dos valores.
O grupo de empresas pode ter sido favorecido no leilão de concessão de Belo Monte por agentes do governo federal. O Ministério Público usou informações obtidas da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. No caso da Odebrecht, os pagamentos direcionados a Delfim Netto vinham com o codinome “Professor”.
Além da corrupção, o MPF aponta os prejuízos sociais e ambientais na região a partir da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Uma entrevista coletiva, com maiores esclarecimentos sobre a operação, ficou de ser realizada na manhã desta sexta, no auditório da Polícia Federal na capital paranaense, por representantes da própria instituição, do Ministério Público Federal e da Receita Federal.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Reprodução/site Brasil247