Lava Jato prende ex-ministro Lobão e filho por propina da Odebrecht

Mariane Veiga

Publicado em: 10/09/2019 às 08:56 | Atualizado em: 10/09/2019 às 09:12

O filho do ex-senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (foto), Márcio Lobão, é alvo de uma mandado de prisão preventiva na 65ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira, dia 10.

A operação chamada de Galeria,  investiga possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro decorrentes do pagamento de vantagens indevidas relacionadas a contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, e à Usina Hidroelétrica de Belo Monte, para a construção do empreendimento no Pará.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), entre 2008 e 2014, o ex-ministro e seu filho solicitaram e receberam propinas dos Grupos Estre e Odebrecht da ordem de 50 milhões de reais. Os atos de lavagem se estenderam até 2019.

Conforme o MPF, além dos crimes de corrupção relativos à participação da Odebrecht no contrato de construção da usina de Belo Monte, a operação investiga benefícios em mais de 40 contratos, cujo valor chega a cerca de R$ 1 bilhão, divididos pelas empresas Estre Ambiental, Pollydutos Montagem e Construção, Consórcio NM Dutos e Estaleiro Rio Tietê.

Segundo as investigações, as provas indicam que as propinas foram entregues em espécie em escritório advocatício ligado à família Lobão, localizado no Rio de Janeiro.

Foram obtidos depoimentos de colaboradores, registros de ligações e reuniões entre os investigados, e registros em sistemas de controle de propinas.

As medidas cautelares cumpridas hoje também objetivam aprofundar possíveis operações de lavagem de dinheiro lideradas por Márcio Lobão.

O esquema inclui aquisição e posterior venda de obras de arte com valores sobrevalorizados, simulação de operações de venda de imóvel e movimentação de valores milionários em contas abertas em nome de empresas offshore no exterior.

No período das transações foi possível verificar um aumento em seu patrimônio de mais de R$ 30 milhões.

 

Operação Galeria

O nome da operação remete às transações com obras de arte que teriam sido utilizadas como forma de dar aparência lícita aos valores provenientes de vantagens indevidas.

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado