Filho de Lula Ă© indenizado em R$ 60 mil por escuta ilegal de Moro

JuĂ­za considerou que a divulgaĂ§Ă£o dos diĂ¡logos, determinada pelo entĂ£o juiz Sergio Moro (UniĂ£o Brasil-PR) em 2016, foi ilĂ­cita, jĂ¡ que eles nada tinham a ver com as investigações

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Publicado em: 13/12/2022 Ă s 10:21 | Atualizado em: 13/12/2022 Ă s 10:21

A Justiça Federal determinou que a UniĂ£o pague R$ 60 mil de indenizaĂ§Ă£o por danos morais a FĂ¡bio LuĂ­s Lula da Silva, filho do presidente eleito Lula (PT) e de Marisa LetĂ­cia, e Ă  mulher dele, Renata de Abreu Moreira, por conversas deles com amigos e familiares terem sido grampeadas e divulgadas no Ă¢mbito da OperaĂ§Ă£o Lava Jato.

A juĂ­za Ana Lucia Petri Betto, da 6ª Vara CĂ­vel Federal de SĂ£o Paulo, considerou que a divulgaĂ§Ă£o dos diĂ¡logos, determinada pelo entĂ£o juiz Sergio Moro (UniĂ£o Brasil-PR) em 2016, foi ilĂ­cita, jĂ¡ que eles nada tinham a ver com as investigações.

Na sentença, a magistrada afirma que a publicidade das conversas implicou em “verdadeira mĂ¡cula Ă  personalidade” do casal, “transcendendo o mero aborrecimento”.

Segundo a juĂ­za, Renata relatou “o afastamento de pessoas prĂ³ximas” e testemunhas afirmaram que ela passou a adotar “condutas de medo e ansiedade”.

O filho do casal foi vĂ­tima de episĂ³dios “de violĂªncia” depois da divulgaĂ§Ă£o determinada por Moro. E “parcela significativa do pĂºblico converteu a interpretaĂ§Ă£o extraĂ­da dos fatos veiculados em Ă³dio, direcionando-o nĂ£o apenas aos coautores, como a seus filhos.

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Os grampos foram divulgados em 16 de março daquele ano, dia em que Lula foi anunciado ministro da Casa Civil pela entĂ£o presidente Dilma Rousseff (PT).

Logo depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a nomeaĂ§Ă£o do petista, e o governo acabou perdendo de vez a pouca sustentaĂ§Ă£o polĂ­tica que ainda tinha.

As interceptações que atingiram o filho e a nora de Lula mostravam conversas familiares de FĂ¡bio com a mĂ£e, Marisa, com o pai e com amigos como Kalil Bittar, que era irmĂ£o de FĂ¡bio Bittar, dono do sĂ­tio em Atibaia frequentado pela famĂ­lia do ex-presidente.

A lei determina que qualquer conversa colhida durante uma interceptaĂ§Ă£o judicial deve ser descartada e eliminada caso nada tenha a ver com as investigações em curso.

Nas conversas divulgadas por determinaĂ§Ă£o de Moro, FĂ¡bio falava com a mĂ£e, por exemplo, sobre os panelaços que as pessoas faziam na cidade de SĂ£o Paulo e em SĂ£o Bernardo do Campo contra o PT.

Marisa dizia que os atos eram protagonizados por “coxinhas”.

Leia mais na coluna da MĂ´nica Bergamo no site do jornal Folha de S.Paulo

Foto: Saulo Rolim/Podemos