A análise da jornalista Vera Rosa, publicada no Estadão , aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende nomear um representante da Frente Parlamentar Evangélica, de preferência uma mulher, para um ministério, como parte de uma estratégia de aproximação com os evangélicos e o público feminino. Essa ação visa suavizar resistências que o governo enfrenta nesses segmentos, considerados fundamentais para a disputa eleitoral de 2026.
De acordo com Vera Rosa, o Palácio do Planalto intensificou os diálogos com os evangélicos, especialmente através dos ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais.
A jornalista destaca que, além de tentar aproximar esse público, Lula busca consolidar uma nova configuração de forças políticas para fortalecer sua governabilidade e sua possível candidatura à reeleição.
Nomes como os da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) estão sendo cogitados para ocupar uma vaga no primeiro escalão do governo, sendo que o Ministério do Desenvolvimento Social, que administra o programa Bolsa Família, é um dos mais desejados por esse segmento.
Contudo, como explica Vera Rosa, a Frente Parlamentar Evangélica, liderada por Silas Câmara (Republicanos-AM), mantém uma postura cautelosa, afirmando que, embora o diálogo com o governo exista, é necessário que o Planalto demonstre mais ações concretas que estejam alinhadas com os valores defendidos pelo grupo.
As críticas à postura do governo em temas como educação infantil e aborto são apontadas como obstáculos nessa aproximação.
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Por outro lado, Vera Rosa avalia que há uma parcela da bancada evangélica que se sente desamparada por Bolsonaro e está buscando uma posição estratégica no governo, sem perder a autonomia.
Esse movimento ocorre em meio a tensões internas no bolsonarismo, com disputas entre diferentes alas que competem por influência política.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil