Do hotel da transiĂ§Ă£o de Lula, policial federal informava gabinete de Bolsonaro

Policial federal acusado de planejar assassinato de Lula repassou informações da transiĂ§Ă£o ao governo Bolsonaro e participou de acampamentos golpistas.

Publicado em: 19/11/2024 Ă s 13:51 | Atualizado em: 19/11/2024 Ă s 13:51

O policial federal Wladimir Matos Soares, preso por envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva, usou sua posiĂ§Ă£o durante o perĂ­odo de transiĂ§Ă£o governamental para repassar informações estratĂ©gicas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e a outros investigados.

Soares, que atuava na segurança do hotel MeliĂ¡, onde a equipe de transiĂ§Ă£o de Lula estava instalada, Ă© apontado como responsĂ¡vel por compartilhar detalhes sobre operações da PolĂ­cia Federal (PF) e sobre membros da segurança do presidente eleito.

Entre as provas reunidas pela PF, destaca-se uma mensagem enviada por Soares ao entĂ£o assessor especial da PresidĂªncia da RepĂºblica, SĂ©rgio Cordeiro, em 13 de dezembro de 2022.

No texto, ele detalhava o deslocamento de uma equipe do Comando de Operações TĂ¡ticas (COT) para o hotel apĂ³s a tentativa de invasĂ£o ao prĂ©dio-sede da PF por apoiadores de Bolsonaro no dia anterior.

Embora Bolsonaro e Cordeiro nĂ£o sejam alvos da operaĂ§Ă£o nem mencionados como participantes diretos do plano golpista, as mensagens demonstram que Soares usava sua proximidade com Cordeiro para obter e confirmar dados confidenciais, incluindo informações sobre membros da equipe de segurança de Lula.

LigaĂ§Ă£o com acampamentos golpistas

AlĂ©m de atuar no hotel da transiĂ§Ă£o, Soares foi identificado como participante ativo nos acampamentos golpistas organizados ao lado do quartel-general do ExĂ©rcito, em BrasĂ­lia.

ApĂ³s essa descoberta, ainda durante a transiĂ§Ă£o, ele foi afastado de qualquer funĂ§Ă£o que o mantivesse prĂ³ximo Ă  equipe de Lula.

As investigações continuam para esclarecer a extensĂ£o da atuaĂ§Ă£o de Soares e seus vĂ­nculos com outras figuras e grupos envolvidos em ações antidemocrĂ¡ticas.

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Foto: Tomaz Silva/AgĂªncia Brasil