Lula revela preocupação com tentativa de golpe de Bolsonaro em 2022

Para o petista, o presidente irá "arrebentar a corda" antes das eleições, de modo a inviabilizá-las

Lula diz que Bolsonaro sabe que vai perder e tem medo de ser preso

Ferreira Gabriel

Publicado em: 25/08/2021 às 11:57 | Atualizado em: 25/08/2021 às 11:57

O ex-presidente Lula acredita que o presidente Jair Bolsonaro açula seus apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral com o propósito de incendiar o país. Dessa forma, busca provocar uma convulsão social e usá-la como pretexto para adiar as eleições de 2022.

O raciocínio do petista, revelado a interlocutores com quem esteve no Nordeste, é de que Bolsonaro pretende se aproveitar da balbúrdia provocada. Por exemplo, eventuais motins de policiais militares, seria pretexto de garantir a lei e a ordem, colocar o Exército nas ruas e invocar uma medida de exceção que lhe permita adiar as eleições. Em suma, esse seria o seu objetivo maior.

Como inexiste no país uma lei que preveja o adiamento do pleito nessa situação, a iniciativa de Bolsonaro careceria de amparo constitucional. Em outras palavras, configuraria um golpe — palavra que Lula não pronunciou.

Um dos mais importantes conselheiros do ex-presidente petista, com trânsito entre os militares, defende a tese de que os dias mais perigosos para a estabilidade democrática no Brasil serão os compreendidos entre o segundo turno das eleições e a data de posse do novo presidente da República, em janeiro de 2023.

No cenário traçado por esse conselheiro, Bolsonaro seria derrotado por Lula. Por isso, usaria o argumento da “fraude eleitoral” para, no período, tentar tumultuar ou impedir a posse do adversário. Lula não acredita nisso.

Para ele, Bolsonaro irá “arrebentar a corda” antes das eleições, de modo a inviabilizá-las.

Leia mais na coluna de Thaís Oyama no UOL

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil