O Ministério da Educação (MEC) liberou a oferta de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância no país. As informações são da Folha de S.Paulo.
A regulamentação foi editada em abril pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) por meio de portaria.
Segundo a Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), a expectativa é que esses programas comecem a ser oferecidos no início do próximo ano.
A reportagem destaca que para João Mattar, diretor da Abed, um dos benefícios da regulamentação será a descentralização da oferta, hoje concentrada nos grandes centros urbanos.
“Os melhores cursos de mestrado e doutorado presenciais são no Sul e no Sudeste. Um aluno de outra região tem de se deslocar para morar nesses locais, às vezes deixando de trabalhar”, afirmou.
A portaria aponta requisitos específicos a serem seguidos pelas instituições interessadas em oferecer mestrados e doutorados na modalidade.
Atividades relacionadas a laboratórios, por exemplo, devem ser realizadas de forma presencial, assim como seminários integrativos. Isso pode acontecer tanto na sede da instituição quanto em polos de ensino a distância espalhados pelo país.
Além disso, só poderão oferecer pós stricto sensu EaD instituições cuja nota no IGC (Índice Geral de Cursos) do MEC seja no mínimo 4. O IGC vai de 0 a 5.
Segundo Valder Steffen Júnior, reitor da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e membro da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil), os pré-requisitos da regulamentação devem ser suficientes para garantir o bom nível dos programas.
A Folha traz ainda a posição de Rodrigo Ricupero, presidente da Adusp (Associação dos docentes da USP), que vê a medida com desconfiança.
Segundo ele, os cursos EaD se tornam de baixa qualidade porque não são dadas aos alunos as condições necessárias para compensar a falta de contato.
As instituições interessadas têm submetido suas propostas desde 1º de julho. Só poderão solicitar a oferta de doutorado os programas que, após a primeira avaliação do mestrado, obtenham ao menos 4 no IGC.
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Foto: Reprodução/Pomeranafm