MEC tem mais um quase ministro com desistĂªncia de Feder

Desde a saĂ­da de Abraham Weintraub, no Ăºltimo dia 18, apĂ³s o governo ser pressionado a fazer um gesto de trĂ©gua ao STF, o MEC estĂ¡ sem comando

MEC tem mais um quase ministro com desistĂªncia de Feder

Publicado em: 05/07/2020 Ă s 18:24 | Atualizado em: 05/07/2020 Ă s 18:25

O secretĂ¡rio de EducaĂ§Ă£o do ParanĂ¡, Renato Feder, avisou neste domingo (05) que nĂ£o vai ser ministro da EducaĂ§Ă£o apĂ³s convite do presidente Jair Bolsonaro.

Conforme o EstadĂ£o revelou, o chefe do Planalto foi pressionado pela ala ideolĂ³gica do governo e por militares para nĂ£o colocar Feder no comando do MEC.

Redes sociais

“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no ParanĂ¡, desejo sorte ao presidente e uma boa gestĂ£o no MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o”, escreveu Renato Feder em suas redes sociais.

 

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Ele relatou que recebeu o convite de Bolsonaro para ser ministro na noite da Ăºltima quinta-feira  (02).

Conforme o EstadĂ£o publicou, alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no governo pressionaram o presidente Jair Bolsonaro a reverter o convite feito ao secretĂ¡rio.

Com isso, ele ficou de fora antes mesmo de ser anunciado oficialmente e Ă© o segundo cotado da pasta que cai sem nunca ter sido ministro efetivamente.

A pasta do MEC estĂ¡ sem titular desde a saĂ­da de Abraham Weintraub, no Ăºltimo dia 18, apĂ³s o governo ser pressionado a fazer um gesto de trĂ©gua ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ministro chamou integrantes da Corte de “vagabundos” em uma reuniĂ£o ministerial.

Bolsonaro chegou a escolher o economista Carlos Alberto Decotelli para a pasta.

O governo, porĂ©m, pediu que ele deixasse o cargo apĂ³s questionamentos a seu currĂ­culo.

 

ReaĂ§Ă£o

 

Antes de anunciar o “nĂ£o” ao convite de Bolsonaro, o secretĂ¡rio Renato Feder usou as redes sociais para reagir Ă  pressĂ£o de alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no governo federal.

Pelo Twitter, o paranaense publicou uma série de mensagens neste domingo (05), com seu currículo e se defendeu de ataques que recebeu.

Uma das respostas dadas por ele foi Ă  suposta divulgaĂ§Ă£o de livros com “ideologia de gĂªnero” – um tema caro a bolsonaristas – no ParanĂ¡.

“NĂ£o existe nenhum material com esse conteĂºdo aprovado ou distribuĂ­do pela Secretaria”, escreveu.

Os militares também foram surpreendidos com o convite do presidente e querem um nome ligado a eles.

Dessa forma, a nomeaĂ§Ă£o de Renato Feder era uma dĂºvida no PalĂ¡cio do Planalto.

Neste domingo, 5, o paranaense escreveu no Twitter que gostaria de ser avaliado pelos Ă­ndices da EducaĂ§Ă£o no ParanĂ¡, e nĂ£o por manifestações feitas no passado.

 

Quase ministro defendeu extinĂ§Ă£o do MEC

 

Em 2007, Feder escreveu um livro defendendo a extinĂ§Ă£o do MEC e a privatizaĂ§Ă£o da rede de ensino no Brasil.

Ao EstadĂ£o, ele havia dito que nĂ£o acredita mais nessa visĂ£o e, pelas redes sociais, reforçou o posicionamento mais uma vez.

“Escrevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opiniĂ£o sobre as ideias contidas nele.”

Na mesma sequĂªncia de mensagens, o secretĂ¡rio de EducaĂ§Ă£o comemorou um dado incomum: a transferĂªncia de alunos de 10 mil famĂ­lias das escolas particulares para o ensino pĂºblico no ParanĂ¡.

A migraĂ§Ă£o foi um efeito da pandemia de covid-19 e da crise econĂ´mica que se intensificou neste ano.

Para o secretĂ¡rio, porĂ©m, “nĂ£o existe melhor prova do que isso, de que estamos em um bom caminho.”

 

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o/Secretaria da EducaĂ§Ă£o do ParanĂ¡