Merkel diz que situaĂ§Ă£o da covid na alemanha Ă© “altamente dramĂ¡tica”
VĂ¡rios membros do partido conservador da chanceler Angela Merkel disseram que os governos federal e estaduais deveriam introduzir a vacinaĂ§Ă£o obrigatĂ³ria em breve

Publicado em: 23/11/2021 Ă s 10:37 | Atualizado em: 23/11/2021 Ă s 10:52
A chanceler alemĂ£, Angela Merkel, advertiu nesta segunda-feira (22) que, com a atual evoluĂ§Ă£o, os recordes diĂ¡rios de casos e a baixa vacinaĂ§Ă£o, a situaĂ§Ă£o da covid-19 “serĂ¡ pior do que tudo o que vimos atĂ© agora”.
Merkel fez a afirmaĂ§Ă£o durante um encontro de dirigentes de seu partido, a conservadora UniĂ£o Democrata CristĂ£ (CDU), de acordo com uma fonte da Bloomberg.
Segundo a chanceler, as atuais restrições no paĂs “nĂ£o sĂ£o suficientes diante da situaĂ§Ă£o dramĂ¡tica” provocada pelo surto de infecções de covid-19 e defendeu restrições mais rĂgidas para tentar conter o avanço do vĂrus.
Merkel esclareceu no encontro que a situaĂ§Ă£o Ă© “altamente dramĂ¡tica” e comunicou que em pouco tempo os hospitais estarĂ£o sobrecarregados de infectados pela doença, caso nĂ£o haja medidas rĂgidas para conter a covid-19 no territĂ³rio, informou a Bloomberg.
A chanceler disse ainda que muitos cidadĂ£os parecem nĂ£o ter entendido a gravidade do aumento da doença pelo paĂs e ponderou que apenas a vacinaĂ§Ă£o nĂ£o Ă© o suficiente para impedir a situaĂ§Ă£o atual.
No encontro, Merkel solicitou aos 16 estados do paĂs — que tĂªm autonomia para determinar as polĂticas de combate Ă doença — para definirem medidas mais duras contra o novo coronavĂrus ainda esta semana.
Apesar das tentativas anteriores, o paĂs nĂ£o conseguiu elevar a taxa de vacinados para alĂ©m de 68% da populaĂ§Ă£o.
Infecções e mortes
Nos Ăºltimos dias, a Alemanha registrou um nĂºmero sem paralelo de contaminações desde o inĂcio da pandemia, ultrapassando 65 mil casos em 24 horas na semana passada. Nesta segunda, a taxa de incidĂªncia de sete dias era de 386,5, um recorde. Em algumas regiões, hospitais jĂ¡ informaram que suas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) estĂ£o lotadas.
No geral, 5,35 milhões de infecções por coronavĂrus foram notificadas na Alemanha desde o inĂcio da pandemia, em fevereiro de 2020. O paĂs jĂ¡ registrou 99.062 mortes em decorrĂªncia da doença.
Teremos mais mortes, diz ministro da SaĂºde
O ministro da SaĂºde alemĂ£o, Jens Spahn, declarou que as pessoas que nĂ£o se vacinaram contra a covid-19 devem pegar o vĂrus nos prĂ³ximos meses e algumas morrerĂ£o em decorrĂªncia da doença.
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Em entrevista coletiva, Spahn declarou que o final do inverno europeu “quase todo mundo na Alemanha provavelmente estarĂ¡ vacinado, recuperado ou morto” e reconheceu que algumas pessoas podem achar a declaraĂ§Ă£o exagerada.
“A imunidade [da populaĂ§Ă£o] serĂ¡ alcançada (…) A questĂ£o Ă© se Ă© por vacinaĂ§Ă£o ou infecĂ§Ă£o, e recomendamos empaticamente o caminho por meio da vacinaĂ§Ă£o”, advertiu o ministro.
Ele apelou mais uma vez aos alemĂ£es a se vacinarem “com urgĂªncia”, pois o Ăndice nacional de pessoas que receberam as doses continua inferior Ă observada em muitos outros paĂses europeus.
A Alemanha, especialmente as regiões do sul e do leste, Ă© duramente atingida por uma nova onda de contaminações que especialistas e polĂticos atribuem a uma taxa de vacinaĂ§Ă£o (68%) que estĂ¡ entre as mais baixas da Europa Ocidental.
PaĂs debate vacinaĂ§Ă£o compulsĂ³ria
PolĂticos alemĂ£es estĂ£o debatendo a possibilidade de tornar a vacinaĂ§Ă£o contra a covid-19 obrigatĂ³ria, considerando o aumento de novos casos e baixa taxa de imunizaĂ§Ă£o.
VĂ¡rios membros do partido conservador da chanceler Angela Merkel disseram que os governos federal e estaduais deveriam introduzir a vacinaĂ§Ă£o obrigatĂ³ria em breve, jĂ¡ que outros esforços para elevar a taxa de vacinados para alĂ©m de 68% da populaĂ§Ă£o falharam.
“Chegamos num ponto em que devemos dizer claramente que precisamos de uma vacinaĂ§Ă£o obrigatĂ³ria e um lockdown para os nĂ£o vacinados”, escreveu Tilman Kuban, lĂder da ala jovem do partido de Merkel no jornal Die Welt.
O porta-voz do governo de Angela Merkel declarou que “entende” o inĂcio do debate, mas que “uma decisĂ£o nĂ£o foi tomada e nĂ£o serĂ¡ tomada por este governo”.
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