Militar que matou colega no ministério gostava de se exibir com arma
Felipe de Carvalho Sales tinha hábito de 'brincar' com a arma, segundo advogados

Publicado em: 23/11/2022 às 12:07 | Atualizado em: 23/11/2022 às 12:07
Emocionado e abraçado a uma fotografia do filho, Wilson Ferreira Duarte, 51 anos, afirmou em entrevista exclusiva ao Metrópoles que perdoa o militar Felipe de Carvalho Sales, 19, assassino do rapaz.
O soldado da Aeronáutica, Kauan Jesus de Cunha Duarte, 19, foi morto com um tiro na cabeça, durante a troca de turno no Ministério da Defesa. O crime aconteceu no último sábado (19), por volta das 7h, no alojamento da guarda.
Wilson contou que ficou sabendo sobre a tragédia por telefone, em uma ligação feita por um parente.
“Me disseram que eu precisava ser forte. Logo desconfiei que havia acontecido alguma coisa com meu filho. Sempre acreditei que ele estava seguro quando estava de serviço, rodeado de militares. Cheguei a questionar a Deus o motivo pelo qual meu filho havia sido levado dessa forma. Mas hoje eu perdoo o Felipe”, desabafou.
Leia mais
Comandante militar deve largar Bolsonaro antes de Lula assumir
Advogados surpresos
Os advogados que defendem a família do militar, Wilibrando Bruno e Walisson dos Reis, se disseram surpresos ao descobrir que o autor do disparo que matou Kauan tinha o hábito de “brincar” com a pistola nove milímetros.
“A informação é que o Felipe costumava apontar a arma para os colegas, dizendo que poderia acontecer tal consequência se ele disparasse, como a pessoa ficar paraplégica ou morrer”, disse Wilibrando.
O disparo contra a vítima, efetuado por Felipe, não seria um fato isolado, segundo Walisson.
“Pelo que apuramos, Kauan estava ao lado de um colega assistindo a um vídeo pelo celular quando foi atingido e caiu, já sem vida, no colo do outro soldado. Esses jovens passam a ter contato com armas de fogo muito cedo. A informação que temos é que o o autor tinha esse costume, de brincar com a pistola”, ressaltou.
Leia a entrevista completa no Metropoles
Foto: Reprodução