Oficiais-generais influentes avaliaram que o presidente Jair Bolsonaro tentou, neste domingo, dia 3, fazer uso político do capital das Forças Armadas. Sobretudo ao afirmar que a caserna estava com o governo, ele partiu para “pressões” e “ameaças dissuasórias”. Principalmente que provocaram novo incômodo no setor.
Em conversas interlocutores do presidente deixaram claro que a Aeronáutica, o Exército e a Marinha estão “sempre” na defesa da independência dos poderes e da Constituição. “Ninguém apoia aventura nenhuma, pode desmontar essa tese. Estamos no século 21”, resumiu uma das fontes, que ainda destacou a “retórica explosiva” do presidente que permite interpretações.
Alguns militares disseram que a fala do presidente voltou a colocá-los em “saia justa”. É uma declaração infeliz de quem não conhece as Forças Armadas”, reagiu de forma mais dura um deles.
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Troca de comando
O presidente Jair Bolsonaro avalia remover o general Edson Leal Pujol do comando do Exército. A intenção, de acordo com fontes no governo, seria dar lugar a um militar mais fiel a ele, como o general Luiz Eduardo Ramos, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo.
A informação, que começou a circular ontem, dia 3, em Brasília, gera apreensão nas Forças Armadas. Principalmente pela fala de Bolsonaro na tentativa de fazê-la uso político que foi reprovada por militares do alto escalão.
O presidente estaria descontente com algumas ações do militar, como seus pedidos para que os brasileiros mantenham o distanciamento social em razão da pandemia de coronavírus e de seu escasso alinhamento com interesses do Planalto.
Interferência
Mesmo não sendo dos militares mais aceitos pelos generais do alto comando do Exército, a saída de Pujol para dar lugar a um nome mais próximo do Planalto seria visto como uma interferência sem precedentes.
“As Forças Armadas são instituições de Estado, e que estão alheias a disputas políticas. O presidente tem o poder para trocar o comandante, mas sabe que não deve fazer isso sem um forte motivo durante seu mandato. Esse motivo poderia por doença, falecimento ou à pedido. Mas nunca por jogada política”, avalia um militar da cúpula do Exército.
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Foto: Reprodução/Facebook