Militares dos EUA acompanharam ‘guerra’ na Amazônia em setembro

A informação foi dada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em resposta a um requerimento feito pelo líder do PT na Câmara, Ênio Verri

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília 

Publicado em: 18/12/2020 às 15:42 | Atualizado em: 19/12/2020 às 11:16

O Ministério do Exército revelou que o treinamento de guerra no vilarejo de Moura, em Barcelos (400 quilômetros de Manaus), contou com a presença de militares norte-americanos na chamada Operação Amazônia.  

A revelação foi em resposta a um requerimento de informação do líder do PT na Câmara dos Deputados, Enio Verri (PR). 

Realizada em setembro passado, a simulação envolveu 3,6 mil militares com um custo de R$ 6 milhões aos cofres públicos. 

Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a ação, com a presença de militares dos EUA, é uma clara violação da soberania nacional pelo governo de Jair Bolsonaro.  

“E também revela como ele usa as Forças Armadas para guerras ideológicas e para lamber as botas dos americanos, ávidos por controlar a América Latina”, criticou o deputado.  

Para o parlamentar, “a participação dos EUA nesse tipo de operação no território nacional é inaceitável e o gasto de R$ 6 milhões dos cofres públicos para a operação foi desnecessário e inconcebível no momento político e socioeconômico do Brasil”. 

 

 

Segundo o líder Enio Verri, a confirmação da presença de militares norte-americanos na chamada Operação Amazônia “não causa surpresa, mas muita preocupação”.  

Ele também destacou que a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ao Brasil, no momento da operação, já foi um alerta para identificar o interesse na realização de um exercício militar que custou R$ 6 milhões ao erário. 

No dia 18 de setembro, Pompeo fez uma visita a Roraima, região de fronteira com a Venezuela, num momento em que havia animosidade entre o Brasil e o país vizinho. 

Sem resposta 

No requerimento, que foi assinado por mais deputados da bancada, houve um questionamento sem resposta.  

Eles queriam saber se Mike Pompeo foi avisado sobre a simulação, mas a questão não foi respondida.  

Outra pergunta sem resposta tinha o objetivo de esclarecer se o governo brasileiro consultou ou informou os países-membros do Mercosul a respeito da operação.

 

 

Também houve o questionamento se chegou a haver ameaças concretas ao Brasil que levassem à simulação. 

Segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, “enfatiza-se não haver, na atual conjuntura, hipótese de conflito entre o Brasil e qualquer país sul-americano, tampouco ameaça de invasão do território nacional, nem sinais de mobilização iminente de efetivo”. 

 

Fotos: Exército Brasileiro