Ministério exonera diretor citado como autor do pedido de propina

O exonerado Roberto Dias se disse alvo de retaliação por ter cobrado de Luiz Dominguetti que comprovasse representar a farmacêutica Astrazeneca

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 30/06/2021 às 01:35 | Atualizado em: 30/06/2021 às 01:35

O Ministério da Saúde divulgou uma nota na noite dessa terça-feira (29) na qual anunciou a exoneração do diretor de Logística da pasta, Roberto Dias (foto). A reportagem é do G1. 

Ao jornal “Folha de S.Paulo”, o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, disse que o diretor pediu propina de US$ 1 por dose de vacina para a empresa assinar contrato com o ministério.

De acordo com a “Folha”, Dominguetti procurou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina da Astrazeneca

Ao repórter Nilson Klava, da GloboNews, Roberto Dias se disse alvo de retaliação por ter cobrado de Dominguetti que comprovasse representar a Astrazeneca, o que, segundo o diretor, nunca aconteceu. Dias afirmou também que divulgará uma nota sobre o assunto. 

Na nota divulgada na noite desta terça, o ministério não explicou o motivo da exoneração de Roberto Dias. Disse somente que a decisão foi tomada no período da manhã. 

“O Ministério da Saúde informa que a exoneração de Roberto Dias do cargo de Diretor de Logística da pasta sairá na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (30). A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (29)”, informou o ministério.

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Negociata 

De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o representante da Davati procurou o Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses da vacina produzida pelo laboratório Astrazeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido). 

A Astrazeneca informou que não tem intermediários no Brasil.

Em nota à TV Globo, a farmacêutica afirmou que todas as doses de vacina do laboratório estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais, como o consórcio internacional Covax Facility.

A empresa acrescentou que não disponibiliza vacinas para o mercado privado nem para prefeituras e governos estaduais.

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil