Ministro diz que vai abrir ‘caixa-preta’ da renúncia fiscal no país

Dos R$ 600 bilhões renunciados, Haddad fala em cortar pelo menos R$ 150 bilhões. ZFM está nesse bolo

Publicado em: 24/04/2023 às 12:06 | Atualizado em: 24/04/2023 às 12:09

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou querer abrir a “caixa-preta” das renúncias fiscais, benefícios concedidos a empresas por meio de subsídios e renúncias da arrecadação de impostos.

Atualmente, o valor estimado que o governo deixa de arrecadar com as medidas é de R$ 600 bilhões por ano.

Segundo Haddad, o governo prepara uma lista das empresas beneficiadas e quer cortar cerca de um quarto dos privilégios, gerando arrecadação de R$ 150 bilhões. Diante disso, empresas da Zona Franca de Manaus podem estar na mira.

“Só estamos pagando R$ 700 bilhões de juros porque estamos pagando R$ 600 bilhões de renúncia. É simples assim”, afirmou o ministro em entrevista publicada nesta segunda-feira (24) ao Estadão. 

O chefe da Fazenda disse ainda que uma lista “CNPJ por CNPJ” das empresas beneficiadas pelas isenções está sendo preparada em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU).

Maior que orçamento secreto

Haddad destaca que o valor das renúncias é maior que o do orçamento secreto, mecanismo instaurado pelo Congresso na gestão passada para o Executivo garantir o apoio dos parlamentares.

O ministro cobrou ainda apoio de economistas que defendem a redução das renúncias e criticam o novo arcabouço fiscal. Ao longo de três anos, o orçamento secreto movimentou cerca de R$ 53 bilhões.

“Cadê a turma do equilíbrio macroeconômico? Não adianta economistas liberais falarem: ‘é muito difícil conseguir’. Lutem pela causa”, disse Haddad.

“Por que alguém se insurge contra o orçamento secreto, o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], e quando vai falar de gasto tributário, fica todo mundo com medo de falar?”, completou.

Leia mais na matéria de Victor Correio no Correio Braziliense

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