O ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou, nesta quarta-feira (1º), em Brasília, declarações dadas à imprensa nos últimos dias sobre a segurança no estado do Rio de Janeiro.
Ele classificou como “normais” as reações contrárias às suas afirmações.
Torquato Jardim (foto) esteve nesta quarta-feira (31) no Supremo Tribunal Federal (STF) onde se reuniu com a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, e o ministro da Educação, Mendonça Filho.
No Rio, uma comissão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) informou que irá enviar representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que apure as afirmações feitas pelo ministro da Justiça.
Em entrevistas à imprensa hoje (1º) e ontem (31), o ministro disse que o comando da Polícia Militar fluminense estaria fazendo acertos com o crime organizado, retrocedendo a situação da segurança pública no Rio a um estado de coisas semelhante ao retratado nos filmes Tropa de Elite 1 e 2.
Reações são normais
Ao ser questionado por jornalistas hoje, o ministro da Justiça não recuou em suas afirmações. “Sobre o Rio de Janeiro, não sei, já falei o que tinha que falar. Nenhuma reclamação. Reações são normais”, disse.
Em entrevista ao jornalista Josias de Souza publicada, ontem (31), pelo portal UOL, Torquato Jardim afirmou que o comando de batalhões da Polícia Militar do Rio seria definido por “acerto com deputado estadual e o crime organizado”.
Em outra entrevista, publicada nesta quarta pelo jornal O Globo, ele disse que “em algum lugar, voltamos a Tropa de Elite 1 e 2. Em algum lugar, alguma coisa está sendo autorizada informalmente”.
As acusações do ministro foram alvo de reações de deputados estaduais do Rio. O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que há mais de uma década não existe interferência do crime organizado na segurança estadual. “A declaração é de quem não tem nenhum conhecimento, de quem é irresponsável e de quem age com má-fé”, afirmou.
Em nota divulgada ontem (31), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, rebateu as declarações do ministro e afirmou que o governo estadual e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos. Ele ressaltou que “o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro”.
Hoje, em reportagem do jornal O Globo, Torquato respondeu a Pezão afirmando ter “melhor memória” ao se lembrar de ter discutido o tema com o governador.
O ministro assegurou haver “todo um serviço de inteligência” que atesta suas declarações.
Fonte: Agência Brasil
Foto: EBC