Ministro Heleno diz ser afronta apreensão do celular de Bolsonaro

O ministro Augusto Heleno disse também que eventual apreensão de celular do presidente pode ter "consequências imprevisíveis" para estabilidade do país. 

ministro, heleno, celular, bolsonaro

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 22/05/2020 às 15:46 | Atualizado em: 22/05/2020 às 16:01

O ministro da Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno (foto), advertiu ser “uma afronta” apreender o celular do presidente Jair Bolsonaro para investigação.

De acordo com nota emitida pelo GSI, o ministro se refere a eventual apreensão do telefone a pedidos de adversários políticos. A advertência foi feita nesta sexta-feira (22).

Os pedidos, porém, foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na corte, entretanto, o ministro Celso de Mello pediu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Por meio da nota, Heleno afirmou que a eventual apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro seria “inconcebível”. Além disso, teria “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. 

Heleno se referiu, ainda, ao fato de Mello ter encaminhado à PGR três notícias-crime apresentadas por partidos políticos e parlamentares à corte.

Nas notícias-crimes os partidos pedem, entre outras providências, a apreensão do celular do presidente. 

Cabe à PGR decidir se pedirá a apreensão. É praxe que ministros do STF enviem esse tipo de ação para manifestação da procuradoria.

Celso de Mello é relator do inquérito que investiga denúncias de que Bolsonaro interferiu politicamente na PF. 

Para Heleno, a apreensão do celular representaria uma afronta ao presidente.

Também representa interferência “inadmissível” de outro poder na privacidade de Bolsonaro e na segurança institucional do país. 

As reações contra e a favor à nota do general Heleno foram imediatas entre parlamentares e a OAB.

Leia a nota integral do ministro no G1 

 

Foto: Fabio Pozzebom/ABr/arquivo