Ministro do STJ diz que provas apontam leis tributĂ¡rias compradas

"O Brasil Ă© o Ăºnico paĂ­s do mundo onde, com provas robustas, comprova-se que leis foram compradas", declarou o ministro Antonio Herman Benjamin

Publicado em: 01/11/2020 Ă s 09:16 | Atualizado em: 01/11/2020 Ă s 09:16

O ministro Antonio Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, afirmou nesta sexta-feira (30) que hĂ¡ provas de que leis tributĂ¡rias brasileiras foram elaboradas por meio de corrupĂ§Ă£o.

A declaraĂ§Ă£o foi feita durante o Congresso Internacional da Escola Superior do Instituto dos Advogados Brasileiros (Esiab). A palestra do ministro tratou de Direito PĂºblico.  No entanto, ele fez um parĂªntese sobre Direito TributĂ¡rio.

“O Direito TributĂ¡rio Ă© caĂ³tico, mas nĂ£o se encontra nem a mĂ£e, nem o pai. Pergunta quem Ă© o pai ou a mĂ£e do caos e um aponta para o outro”, disse.

“O que Ă© triste no Direito TributĂ¡rio Ă© que o Brasil Ă© o Ăºnico paĂ­s do mundo onde, com provas robustas, comprova-se que leis foram compradas”, completou o ministro.

“Uma vez, em um debate com meu irmĂ£o e amigo Luiz Fux (presidente do STF), eu perguntei: o que fazemos, como operadores do Direito, com uma lei que eu sei que foi comprada. Isso merece uma tese de doutorado”, prosseguiu, sem dar mais detalhes sobre o assunto.

Ao tratar especificamente sobre o Direito PĂºblico e a jurisprudĂªncia do STJ, o ministro criticou o volume de processos que tramitam na corte. Ele tambĂ©m disse que a grande quantidade de casos impacta na fixaĂ§Ă£o de teses.

“Como Ă© possĂ­vel um ministro que estĂ¡ hĂ¡ 14 anos no STJ e julga, em decisões monocrĂ¡ticas e colegiadas, 198 mil processos? NĂ£o estou me referindo a despachos. Estou dizendo que, comigo, como relator, em decisões monocrĂ¡ticas e colegiadas, em menos de 14 anos de STJ eu fui relator de 198 mil monocrĂ¡ticas e acĂ³rdĂ£os. Eu me aproximo dos 200 mil”.

Para ele, a corte avançou com os repetitivos. Por outro lado, as decisões monocrĂ¡ticas, foram uma alternativa desesperada. Sobretudo para solucionar o volume de processos.

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o

 

 

 

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