Morre Dom Pedro Casaldáliga e fica o legado da defesa dos mais pobres

Ficou bastante conhecido por defender os direitos humanos, especialmente dos povos indígenas e marginalizados e também por suas posições políticas e religiosas a favor dos mais pobres

Morre Dom Pedro Casaldáliga e fica o legado da defesa dos mais pobres

Publicado em: 08/08/2020 às 17:12 | Atualizado em: 08/08/2020 às 17:12

Após uma longa internação, morreu na manhã deste sábado (08), Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT).

Ele estava internado em um hospital de Batatais (SP) com insuficiência respiratória.

Dom Pedro Casaldáliga deu uma entrevista histórica para a Fórum, em 2011, onde relembra a chegada ao Brasil e sua trajetória de lutas e ainda afirmava, aos quase 80 anos na época, que ainda mantinha o otimismo em relação ao futuro.

 

O Bispo dos pobres e da floresta

 

Dom Pedro Casaldáliga, nascido Pere Casaldàliga i Pla, em Balsareny, província de Barcelona, em 16 de fevereiro de 1928.

Foi um bispo católico radicado no Brasil desde 1968.

Foi bispo emérito da Prelazia de São Félix.

 

Leia mais

Arthur ironiza apoio de Mourão ao garimpo em terras indígenas

Foi bastante conhecido por defender os direitos humanos, especialmente dos povos indígenas e marginalizados e também por suas posições políticas e religiosas a favor dos mais pobres.

Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte.

A mais grave, em 12 de outubro de 1976, ocorreu em Ribeirão Cascalheira (Mato Grosso).

Ao ser informado que duas mulheres estavam sendo torturadas na delegacia local, dirigiu-se até lá acompanhado do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier.

Após forte discussão com os policiais, o padre Burnier ameaçou denunciá-los às autoridades, sendo então agredido e, em seguida, alvejado com um tiro na nuca.

Após a missa de sétimo dia, a população seguiu em procissão até a porta da delegacia, libertando os presos e destruindo o prédio.

Naquele lugar foi erguida uma igreja.

Por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil.

Na ocasião, o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns saiu em sua defesa.

 

Leia mais na Revista Forum

Foto: Água Boa News