Victor Hugo Andreoletti, ex-jogador da seleção amazonense de pôquer, lutou 18 dias contra o coronavírus (covid-19) em um hospital da rede privada de Manaus , não resistiu e faleceu, no dia 17 de janeiro.
Agora o irmão dele, o advogado Amaury Andreoletti está em mais uma batalha: pagar a conta da internação. Os dias de internação deixam dívida de R$ 180 mil no hospital, cuja a diária foi de R$ 10 mil.
Amaury tem sua tragédia narrada pelo G1.globo.com , onde a história dele se mistura à realidade da saúde pública colapsada, no Amazonas.
“Andreoletti, que chegou a ficar quatro dias internado e se recuperou, viu a mãe, a irmã e o irmão serem hospitalizados simultaneamente nas últimas semanas após testarem positivo para o coronavírus”, reporta o G1.
Amaury e a mãe se recuperaram, mas a irmã veio a óbito, no hospital Delphina Aziz, dia 13, e em seguida o irmão, dia 17 de janeiro, em hospital privado.
A internação do irmão aconteceu na véspera da noite de Réveillon. E, por conta da superlotação dos hospitais de Manaus, a saída foi recorrer à rede privada, e tentar salvar Victor Hugo Andreoletti.
Lista de espera
Com os hospitais colapsados, Victor Hugo estava com o nome em uma longa lista de espera.
“Meu irmão era o 59º na lista de espera do Estado. Ficamos aguardando, meu irmão esperando um leito, e o quadro só se agravando. No dia 30, conseguimos um leito para ele em um hospital particular”, conta a BBC News Brasil.
Amaury relata que tinha ido a todos os hospitais e nenhum tinha vaga. Quando essa apareceu, faz o esforço para internar o irmão em um hospital particular.
Diárias
Enquanto isso, desde a internação, o advogado vinha se revezando entre idas aos hospitais onde os parentes estavam internados e formas de arrecadar fundos para o pagamento das diárias do irmão.
Por isso, por meio das redes sociais, amigos e colegas de trabalho fizeram campanhas de financiamento coletivo para o custeio da dívida.
“Venho vendendo carro, imóveis. Hoje eu não tenho um aporte para fazer”, contou Andreoletti à BBC News Brasil. “Neste momento, estou chegando na casa da minha tia para deixar documentos para que ela faça um financiamento para ajudar a pagar as diárias do meu irmão.”
“Somos só três filhos: eu, o Victor e a Gabriela. A barra da minha mãe é muito maior que a de todos nós”, diz.
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Foto: Arquivo pessoal