Mourão pede a Gilmar Mendes que se corrija sobre ofensa ao Exército
Mourão cobrou "grandeza moral" da parte do ministro do STF que se desculpou, mas não se corrigiu do ataque ao militares.

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 14/07/2020 às 15:15 | Atualizado em: 14/07/2020 às 15:15
O vice-presidente Hamilton Mourão cobrou do ministro Gilmar Mendes se corrija da ofensa feita ao Exército se “tiver grandeza moral”.
Só para ilustrar, Mendes compõe o quadro de 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mourão disse que se “tiver grandeza moral” Gilmar Mendes, “corrige” a declaração de que o Exército se associou a um “genocídio”.
Mendes, por sua vez, atribuía essa associação à gestão da pandemia do coronavírus (covid-19).
Mourão deu a declaração ao ser questionado se Gilmar deveria se desculpar pela fala, feita pela internet no sábado (11).
O ministro criticou, contudo, a presença de militares da ativa no Ministério da Saúde, como o general Eduardo Pazuello.
O militar responde de forma interina pela pasta desde maio e levou nomes do Exército para a pasta.
A fala de Gilmar recebeu, entretanto, críticas do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Ao mesmo tempo, houve críticas também dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Em nota, a Defesa repudiou as afirmações e informou que enviaria uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do STF.
Mendes se explica
Nesta terça, Gilmar divulgou uma nota para explicar a declaração. Ele esclareceu que respeita as Forças Armadas, mas que não cabe a elas formular políticas públicas de saúde.
Para Mendes, pior ainda em um momento de pandemia.
Questionado sobre a nota, Mourão afirmou que Gilmar deveria admitir que usou um “termo forte” ao usar a palavra genocídio.
Indagado se o ministro deveria se desculpar, o vice-presidente disse que a correção mostraria “grandeza moral” do ministro.
“É do foro íntimo dele [se desculpar]. Se ele tiver grandeza moral, ele fará isso, corrige o que falou”, disse.
Com informações do G1
Foto: Antônio Cruz/ABr – 20/01/2020