Mulher reaparece semanas após cremada e família receber cinzas
A família de Alba Maruri, 74 anos, foi notificada de sua morte em março e recebeu até uma urna com suas supostas cinzas.

Publicado em: 01/05/2020 às 15:12 | Atualizado em: 01/05/2020 às 15:13
No Equador, uma nação que foi duramente atingida pela Covid-19, hospitais estão em estado de caos e famílias procurando os corpos de parentes que acreditam estarem mortos.
Mas em meio à enxurrada de notícias negativas no país latino-americano, ganhou manchetes o caso de uma mulher declarada morta, mas que, posteriormente, foi encontrada viva.
A família de Alba Maruri, 74 anos, foi notificada de sua morte em março e recebeu até uma urna com suas supostas cinzas.
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Mas Maruri ficara em um coma de três semanas no hospital; quando acordou, pediu aos médicos que ligassem para sua irmã.
Corpos
Alba Maruri havia sido internada em um hospital na cidade de Guayaquil, epicentro do surto de Covid-19 no Equador.
Lá, as autoridades estavam com sérios problemas para dar conta da coleta de corpos das pessoas que morriam em casa.
Com uma população de 17 milhões e sendo um país muito menor do que seus vizinhos, o Equador foi proporcionalmente mais afetado pela Covid-19, registrando mais de 22 mil casos e quase 600 mortes.
Inés Salinas e seu marido, Filadelfio, morreram no dia 30 de março.
A família disse à BBC News Mundo que eles tiveram de esperar quatro dias antes que as autoridades finalmente viessem recolher os corpos.
Eles tiveram que embrulhá-los em plástico enquanto esperavam, diz Bertha, irmã de Inés.
Agora, ela quer saber o que aconteceu com os corpos depois que eles foram retirados de casa.
“Nos disseram que tínhamos que esperar, e que eles seriam enterrados a qualquer momento e eles [as autoridades] nos avisariam”, disse ela.
Ela não tem notícias das autoridades desde então.
“Eu já fiz uma reclamação formal. Não sabemos o que fazer.”
‘Milagre’
Em meio ao caos, muitos no Equador ficaram surpresos com a notícia sobre a mulher que ainda estava viva.
A família de Alba Maruri ficou muito feliz, mas ainda não está claro de quem são as cinzas que têm em casa.
Em 27 de março, a família foi informada de que Maruri havia morrido, depois de ter sido internada no hospital com febre alta e complicações respiratórias.
Os familiares chegaram a ser levados para ver o cadáver no necrotério do hospital, mas tiveram que ficar à distância como precaução, para impedir a propagação do vírus.
“Eu estava com medo de ver o rosto dela”, disse o sobrinho de Maruri, Jaime Morla, à agência AFP. “Eu estava a um metro e meio de distância. Ela tinha o mesmo cabelo, o mesmo tom de pele.”
O corpo foi levado e cremado, e as cinzas foram enviadas para a família.
Na realidade, Maruri estava inconsciente e acordou três semanas depois, chamando por sua irmã.
“É um milagre. Por quase um mês, pensamos que ela estava morta”, disse sua irmã, Aura. “E nós temos as cinzas de outra pessoa.”
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Foto: Reuters/Vicente Gaibor del Pino/Reprodução Agência Brasil