Mulheres festejam posse de armas e se preparam ao contra-ataque

Publicado em: 16/01/2019 às 20:17 | Atualizado em: 17/01/2019 às 01:18

A liberação da posse de armas no país atiçou as mulheres que se consideram poderosas. Agora elas querem andar armadas. Para a deputada Joice Hasselmann (foto), o negócio é “mirar bem no meio das pernas e atirar”.

A empresária Solange Lopes, 39, criou o grupo Armadas e Empoderadas em rede social para compartilhar informações sobre armamento com outras mulheres.

Solange é dona de uma loja de roupas e de um salão de beleza no Mato Grosso do Sul.

“Empoderamento não é levantar bandeira e mostrar peito na rua. É ter uma arma na cintura, usar salto e ir trabalhar todos os dias”, diz ela, que aprendeu a atirar aos 10 anos com o pai em um sítio onde vivia em Rondônia.

Termo comum no vernáculo feminista, empoderamento tem sido usado por mulheres que veem no armamento um meio de autodefesa.

Elas comemoram o decreto assinado por Jair Bolsonaro (PSL) na terça (15), que facilita a posse de armas.

Solange, que também é uma das presidentes do Instituto Defesa, que luta pelo acesso da população a armas, e dona da página “Musas de direita do Mato Grosso do Sul”, afirma que “atirar libera adrenalina”.

A empresária diz que, antes de atirar em um criminoso, daria um tiro de alerta, para cima, para mostrar que está armada.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL) pensa diferente.

“A melhor forma de você enfrentar um bandido em potencial, um estuprador em potencial, é estar armado e saber usar a arma. De preferência mirar bem no meio das pernas e atirar”.

Joice evita usar o termo “empoderada”. Prefere “poderosa”.

“A mulher poderosa que sabe mexer numa arma, o bandido não vai dar uma de besta do lado dela não”, diz.

“A arma tem que estar na mão de quem tem que se defender, e não na mão do bandido”.

Para a deputada, “a posse é um primeiro passinho”.

Ela diz que vai atuar pela liberação do porte, ou seja, do direito de carregar a arma fora de casa.

Joice justifica sua posição dizendo que o “estupro virou uma epidemia” em São Paulo. Houve um aumento de 356% em dez anos nos registros desse tipo de crime, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública de SP.

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Foto: Reprodução/Portal Urbanova