O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva tem uma grande missão ao ser nomeado pelo presidente Lula da Silva ao cargo.
Em tempos de crise na hierarquia militar, especialmente no Exército, por conta do envolvimento de generais na política e em cargos do poder Executivo, o novo comandante terá que colocar um ponto final nos episódios de insubordinação.
A reflexo disso está seu discurso dele como comandante militar do Sudeste, que ocorreu na quarta-feira, durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), na cidade de São Paulo.
Sua fala colocou um ponto final nas manifestações dos bolsonaristas golpistas contra a eleição presidencial de 2022, estancou a inércia da ala pensante do Exército, paralisada pelos quatro anos de gestão de Jair Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto, e serviu para ungir o próprio general a comandante geral do Exército.
Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva falou durante um evento realizado em homenagem aos militares mortos em 12 de janeiro de 2010 durante um terremoto no Haiti.
O general disse que a “democracia pressupõe liberdade, garantias individuais […] e alternância do poder”, devendo a instituição e seus membros “respeitar o resultado da urna […] mesmo que a gente não goste”. Não citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas insistiu: “Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito.”
Na avaliação do Palácio do Planalto, em seu discurso o general mostrou disposição de debelar a crise com pulso forte, colocando um ponto final na indecisão da ala profissional dos militares de enfrentar os bolsonaristas.
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Foto: Exército/Divulgação