Novo ministério tem até colombiano, mas do Norte e Nordeste, não

Norte e Nordeste

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 27/12/2018 às 05:30 | Atualizado em: 26/12/2018 às 17:28

A partir de pesquisa na composição ministerial dos governos na Biblioteca da Presidência da República, o jornal Folha de S.Paulo afirma que, pela primeira vez na história do período republicano, o primeiro escalão do Palácio do Planalto não terá representante das regiões Norte e Nordeste do país.

Dos 22 ministros anunciados até hoje, dia 26, 8 são do Sul, 11 do Sudeste, 2 do Centro-Oeste e 1 é colombiano (naturalizado brasileiro).

O que chegou mais perto dessas regiões excluídas do primeiro time são o vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PSL), que é filho de amazonenses e ainda tem parentes pelo Amazonas.

E a paranaense Damares Alves, ministra das Mulheres, Família e Direitos Humanos, que é quem mais se aproxima de ter uma identificação com o Nordeste, onde passou parte da infância e da juventude. Também fez trabalhos sociais como pastora na região.

Presidente do PSL, o deputado federal pernambucano Luciano Bivar afirmou que não é a naturalidade da pessoa que garante a representatividade.

“Se fosse o caso de colocar 15 ministros sulistas, ele colocaria. Se fosse o caso de colocar 15 nordestinos, ele colocaria. Não há nenhuma discriminação com relação a região, etnia, gênero, nada disso. É uma questão eminentemente técnica”, afirmou.

 

Tradição quebrada

Desde 1889, quando a República foi proclamada, todos os governos tiveram representantes de alto escalão nascidos no Norte e Nordeste.

Só do Amazonas foram ministros nos governos mais recentes, a partir do fim da ditadura militar, em 1985, o ex-senador Bernardo Cabral, o ex-senador e atual prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), o deputado federal Alfredo Nascimento (PR), o senador Eduardo Braga (MDB) e o ex-secretário estadual de Educação Rossieli Soares.

Na recente eleição, Bolsonaro só perdeu para o adversário na região Nordeste (70 a 30%). No Norte, venceu apertado: 52 a 48%.

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Reprodução/Congresso em Foco

 

A resposta de Bolsonaro

Criticado por não ter escolhido nenhum nome do Norte e Nordeste do país para o futuro ministério, Bolsonaro respondeu pelas redes sociais da internet.

Ele considerou injusta essa observação feita pela Folha de S.Paulo. “Como se nascer em uma região se traduzisse em competência e não nascer significasse descaso e abandono”, disse em um dos posts.

 

Foto: Reprodução/Twitter