Novo presidente do TSE diz que guerra cibernĂ©tica estĂ¡ declarada

Edson Fachin destacou que as milĂ­cias digitais que atuam nas redes sociais ameaçam nĂ£o apenas o processo eleitoral brasileiro, mas a democracia como um todo

Novo presidente do TSE diz que guerra cibernĂ©tica estĂ¡ declarada

Publicado em: 17/02/2022 Ă s 19:08 | Atualizado em: 18/02/2022 Ă s 10:44

O novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, afirmou que a guerra cibernĂ©tica contra a Justiça Eleitoral “jĂ¡ foi declarada”, mas ressaltou que as instituições agirĂ£o para defender a democracia no paĂ­s e resguardar a credibilidade das eleições.

Em entrevista Ă  Veja, Fachin destacou que as milĂ­cias digitais que atuam nas redes sociais ameaçam nĂ£o apenas o processo eleitoral brasileiro, mas a democracia como um todo, com riscos constantes de ataques ao TSE. Ele citou a RĂºssia como um “exemplo dessas procedĂªncias”, pela relutĂ¢ncia em “sancionar os cibercriminosos”, o que ele considera ser algo “grave”.

“Para alĂ©m das mentiras, essas milĂ­cias disseminam Ă³dio, intolerĂ¢ncia e rancor, separando as pessoas e dificultando as possibilidades de consenso. Devem, por esse motivo, ser repelidas de acordo com a lei, Ă  semelhança do que ocorre com qualquer outra espĂ©cie de organizaĂ§Ă£o criminosa. Criminosos, colaboracionistas e agentes estatais, de feitio nazifascista, misĂ³ginos, racistas, e sobretudo autoritĂ¡rios, hospedados em diversos paĂ­ses, do que Ă© exemplo a RĂºssia, aparelharam a guerra contra a Justiça Eleitoral. Atacar a Justiça Eleitoral Ă© atacar a democracia”, declarou.

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Questionado sobre como o TSE agirĂ¡ em relaĂ§Ă£o Ă s plataformas virtuais durante as eleições gerais de outubro, Edson Fachin foi enfĂ¡tico ao apontar que o Tribunal farĂ¡ valer a lei, “pois nĂ£o pode nem deve deixar incĂ³lume quem afronta as regras do jogo, como, por exemplo, quem comete delitos contra a prĂ³pria democracia”.

Em relaĂ§Ă£o aos ataques proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que hĂ¡ muito tem tentado desacreditar o processo eleitoral brasileiro com um monte de inverdades e insuflando atos golpistas, Fachin pontuou que, ao agir dessa maneira, o mandatĂ¡rio “flerta com a violĂªncia”.

Por fim, Edson Fachin pontuou que a polarizaĂ§Ă£o polĂ­tica e o extremismo “preocupam” o TSE, mas ressaltou que “a democracia Ă© inegociĂ¡vel”, e deve ser protegida pelo povo e seus representantes legĂ­timos, alĂ©m de uma imprensa livre.

Ă€ Folha, o presidente do TSE afirmou que manterĂ¡ uma postura colaborativa e de diĂ¡logo com o presidente Jair Bolsonaro, mas que adotarĂ¡ medidas caso a Justiça Eleitoral seja atacada.

Na quarta-feira (16), o ex-presidente do TSE, ministro LuĂ­s Roberto Barroso, reforçou que “as instituições brasileiras sĂ£o sĂ³lidas”, e que as investidas golpistas do presidente jĂ¡ foram “sepultadas”.

PorĂ©m, nĂ£o demorou muito desde que Edson Fachin assumiu o comando do TSE, e Bolsonaro jĂ¡ incluiu o ministro na sua lista de desafetos, com ataques feito a ele, Alexandre de Moraes e tambĂ©m a Barroso.

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