Por ofensa a Bolsonaro, Lula responde a inquérito e depõe na PF
A realização do depoimento de Lula se tornou pública na tarde de hoje, após deputados do PT questionarem a atuação de Moro no caso.

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 19/02/2020 às 20:41 | Atualizado em: 19/02/2020 às 20:41
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou depoimento, nesta quarta-feira (19, à Polícia Federal em inquérito aberto a pedido do ministro da Justiça, Sergio Moro, com base na Lei de Segurança Nacional, por supostas ofensas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A realização do depoimento se tornou pública na tarde de hoje, após deputados do PT questionarem a atuação de Moro no caso.
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública confirmou, nesta quarta-feira (19), o pedido da investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “para investigar possível crime contra a honra do Presidente da República”, segundo informou a pasta, em nota.
A investigação trata da afirmação feita por Lula de que o governo do presidente Jair Bolsonaro teria ligação com as milícias, em declaração no discurso em São Bernardo do Campo (SP) após o ex-presidente ser libertado da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde permaneceu preso após condenação na Lava Jato.
Naquele dia, Lula afirmou que Bolsonaro estaria governando para a milícia.
Veja o vídeo:
“Ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, disse Lula em São Bernardo.
Segundo informou o Ministério da Justiça, a fala de Lula pode ter configurado os crimes previstos no artigo 138 do Código Penal e no artigo 26 da Lei de Segurança Nacional.
Ambos tratam dos crimes de calúnia e difamação.
A Lei de Segurança Nacional, editada nos últimos anos da Ditadura Militar, trata como crime as ofensas desse tipo praticadas contra o presidente da República ou contra os presidentes da Câmara, do Senado e do STF (Supremo Tribunal Federal).
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Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas