OMS admite que vacinados possam relaxar medidas de restrição
A OMS ainda aponta que governos devem avaliar também os riscos ao considerar a utilização de máscaras para o público em geral, independentemente de vacinação ou estado de imunidade natural

Diamantino Junior
Publicado em: 15/06/2021 às 18:20 | Atualizado em: 15/06/2021 às 18:20
A Organização Mundial da Saúde (OMS) admite que governos podem começar a pensar em relaxar medidas de distanciamento social e uso de máscara para a população vacinada.
Mas apenas em locais onde a transmissão é extremamente baixa, onde o vírus está sob controle ou onde não existam variantes do coronavírus.
Ou seja, a nova orientação não se aplica ao Brasil.
Numa nova recomendação de 25 páginas elaborada pelos técnicos da entidade, nesta terça-feira (15), a agência admite que medidas de confinamento geram pressões sociais e ameaças para a população mais vulnerável.
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Mas insiste que cabe aos autoridades pensar em formas de socorrer esses grupos e, em todos os casos, manter a recomendação para o uso de máscara, distanciamento social e limpar as mãos.
As novas recomendações são elaboradas seis meses depois de uma primeira avaliação da OMS.
Desta vez, a ampla vacinação em alguns países levou a entidade a repensar sua estratégia.
Elas ainda coincidem com o anúncio do presidente Jair Bolsonaro que estaria preparando uma avaliação sobre a possibilidade de se retirar a máscara para quem estiver vacinado.
Nada na estratégia da OMS, porém, muda para países como o Brasil onde as mortes continuam a superar os 2 mil casos por dia e não há sinal de controle da transmissão.
Para locais onde a transmissão é baixa, a agência abre brechas. “Embora os indivíduos vacinados ou com infecção passada documentada possam ainda ser capazes de ser (re)infectados e transmitir a infecção, provas crescentes sugerem que o risco de infecção é substancialmente reduzido”, diz a OMS.
“Com base nisso, os países podem decidir flexibilizar os requisitos de quarentena para indivíduos com provas de imunidade, uma vez que o onus da quarentena pode compensar o risco de transmissão. No entanto, se a circulação de variantes capazes de escapar à imunidade estabelecida se tornar evidente, tal relaxamento pode não ser aconselhável, porque as variantes ainda podem ser transmitidas de forma eficiente”, alerta.
A OMS ainda aponta que governos devem avaliar também os riscos ao considerar a utilização de máscaras para o público em geral, independentemente de vacinação ou estado de imunidade natural.
“Em áreas de transmissão comunitária ou suspeita de transmissão da SRA-CoV-2 ou de cluster, OMS aconselha o público em geral a usar uma máscara não médica em interiores (por exemplo, lojas, locais de trabalho partilhados, escolas) ou no exterior onde o afastamento físico de pelo menos 1 metro não pode ser mantido”, recomenda a agência.
Em locais onde o risco é baixo, a OMS admite pela primeira vez que “autoridades locais podem considerar permitir a congregação de indivíduos totalmente vacinados ou recuperados sem usar máscaras e sem aplicar distâncias físicas em interiores privados”. Mas isso deve ocorrer apenas para locais com baixa incidência de SRA-CoV-2, com menos de 20 casos para 100 mil habitantes.
No restante dos locais que não atinjam essa taxa, “medidas como o uso de máscara são recomendadas e devem continuar a aplicar-se a todos”.
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Foto: Divulgação