O governo de Jair Bolsonaro é cobrado em carta assinada por oito relatores especiais da ONU a dar respostas sobre uma “escalada de violência” contra os povos Ianomami e Munduruku.
O documento foi encaminhado ao Itamaraty no dia 28 de maio, mas apenas nesta semana seu conteúdo se tornou público. Nele, os especialistas alertam para a existência de uma preocupação internacional sobre o que “aparenta ser violações de normas e padrões internacionais”.
A carta cita ataques contra a Associação de Mulheres Wakoborun, a contaminação pelo mercúrio de terras indígenas e o projeto de lei 191/2020, que regulariza a mineração nas reservas.
A decisão de enviar uma carta conjunta entre um número elevado de relatores da ONU revela a dimensão da preocupação que hoje o Brasil gera na comunidade internacional.
No sistema eletrônico da organização, não consta qualquer resposta por parte da diplomacia brasileira.
Na carta, os relatores pedem que o governo explique o que tem feito para evitar essa violência e os ataques contra indígenas.
Além disso, pedem para que as autoridades expliquem como têm lutado contra o garimpo. Brasília também é cobrada sobre a ação do governo para lidar com o desmatamento, a covid-19 em terras indígenas e saúde da população local.
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