Operação da PF caça hackers dos dados dos Bolsonaros

De acordo com o inquérito, integrantes do grupo hacker obtiveram e expuseram ilegalmente dados pessoais de mais de 200 mil servidores e autoridades públicas

Operação da PF caça hackers dos dados dos Bolsonaros

Diamantino Junior

Publicado em: 26/06/2020 às 11:23 | Atualizado em: 26/06/2020 às 11:44

A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (26) a operação Capture the flag (Capture a bandeira, em tradução livre).

Ação é contra um grupo suspeito de divulgar supostos dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos.

A operação foi deflagrada nos estados do Rio Grande do Sul e Ceará.

Um total de 20 agentes da PF participam.

Estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão.

Entre os suspeitos, estariam dois menores de idade.

 

Especializados em invasão de redes públicas

 

Além da suspeita de divulgar dados ligados ao presidente – que teriam sido retirados de computadores do Exército –, o grupo conhecido como Digital Space era especializado na invasão de computadores de órgãos públicos para expor dados de funcionários públicos e autoridades.

De acordo com o inquérito, integrantes do grupo hacker obtiveram e expuseram ilegalmente dados pessoais de mais de 200 mil servidores e autoridades públicas.

O objetivo da organização seria “intimidar e constranger tanto as instituições quanto as vítimas que tiveram seus dados e intimidade expostos”, diz a PF.

Os ataques do grupo teriam resultado na invasão de universidades federais, prefeituras e câmaras de vereadores em Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Também foram afetados um governo estadual e outros órgãos públicos não especificados pela PF.

“Há indícios, ainda, da prática de outros crimes cibernéticos por parte da organização criminosa, como compras fraudulentas pela internet e fraudes bancárias”, diz a nota divulgada pela PF sobre a operação.

 

O caso envolvendo Bolsonaro

 

Em 1º de junho, perfis no Twitter que dizem pertencer ao grupo hacker Anonymous Brasil divulgaram supostos dados pessoais do presidente e de membros da sua família.

Também tiveram informações vazadas o deputado estadual Douglas Garcia.

Os ministros Abraham Weintraub e Damares Alves foram atingidos.

E o dono da Havan, Luciano Hang também teve dados vazados.

Entre os dados divulgados estão informações como e-mails, telefones, endereços, perfil de crédito, renda, nomes de familiares e bens declarados.

Uma das contas que vazou as informações foi suspensa minutos depois, e o site onde estavam armazenadas saiu do ar.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) escreveu em sua conta no Twitter que o ataque era uma “clara tentativa de intimidação”.

E que “medidas legais estavam em andamento”.

 

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Foto: Divulgação/ Polícia Federal