A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) “profetizou” em 25 de maio que operações da Polícia Federal aconteceriam em vários estados. Sobretudo por conta do uso de recursos para combate ao coronavírus (covid-19).
A primeira dessas ações foi no dia seguinte, contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A princípio, hoje inimigo político do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Hoje (10), com novas operações em vários estados. Sobretudo como Pará, Acre, Rondônia, Amazonas e municípios de São Paulo, a fala da deputada voltou a ser lembrada.
Além disso, ela sofreu dura reação do governador de São Paulo, João Dória (PSDB). É que Zambelli postou em redes sociais que o estado paulista será um dos próximos alvos das operações da Polícia Federal.
Durante a coletiva diária sobre a situação do estado diante da pandemia do novo coronavírus, Dória disse que Zambelli “prefere cumprir o papel de ‘mãe Diná’ ao invés de cumprir seu papel como parlamentar”. Ele também disse ainda que ela não é porta-voz da PF.
“A deputada prefere cumprir o papel de ‘Mãe Diná” ao invés de cumprir seu papel de parlamentar. Ela trata PF como polícia privada. A deputada Zambelli não tem cargo e nem mandato na PF, muito menos para ser porta-voz da Polícia ou antecipar atos, em qualquer lugar, seja em SP ou qualquer parte do Brasil. Se ela estiver exercendo ilegalmente essa função, estamos falando de uma polícia política”, criticou Doria.
Em entrevista à CNN , Zambelli rebateu as críticas feitas por Doria. Segundo ela, não há nada de previsão, e que “acompanho as investigações e o repasse de dinheiro para os estados desde 2011”.
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Previsão
No dia 25 de maio, em entrevista a Rádio Gaúcha, a deputada Carla Zambelli afirmou que a Polícia Federal (PF) deflagaria nos próximos meses operações contra governadores.
“A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha para sair, mas não saíam. A gente deve ter, nos próximos meses, o que vamos chamar de ‘Covidão’ ou de… Não sei qual vai ser o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse a parlamentar.
Com relação as informações, a parlamentar negou ter sido privilegiada, e classificou a fala como “força de expressão”. ]
“Se eu soubesse de vazamento eu ia ficar calada, ia ficar quieta. Na verdade, isso é uma força de expressão como deputada que combate a corrupção [de dizer] ‘tem que estar na agulha, tem que sair’. É uma questão de quase torcer para que haja mais operações como essa de hoje.”
Foto: Divulgação
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