Palocci abre arquivos para “mais um ano de trabalho” da Lava Jato

Arquivos

Publicado em: 03/07/2018 às 06:46 | Atualizado em: 03/07/2018 às 06:46

O ex-ministro Antônio Palocci (PT), preso há quase dois anos em Curitiba na operação Lava Jato, prometeu entregar nos próximos dias uma série de arquivos envolvendo negociatas da sua consultoria, a Projeto, e empresas que contrataram o trabalho e a influência do ex-todo-poderoso dos governos petistas para engordar seus cofres — na maioria das vezes de forma ilícita.

Uma nova frente de investigação da Lava Jato deve ser aberta a partir desse material, que reúne contratos, planilhas e outras evidências mantidos até hoje em segredo nos computadores da consultoria de Palocci.

Há um ano, ao depor ao juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Lava Jato, Palocci prometeu mostrar arquivos com fatos, nomes, endereços e operações realizadas. “Posso lhe dar um caminho que vai lhe dar mais um ano de trabalho, que faz bem ao Brasil”, disse o ex-ministro.

Palocci deve reconstituir o esquema de corrupção na Petrobrás, as relações das empreiteiras com políticos e a forma como os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, se envolveram no prejuízo de cerca de R$ 42 bilhões aos cofres da Petrobrás.

Compartilhar desses dados é a principal condição para que o ex-ministro deixe a prisão e progrida para o regime domiciliar com tornozeleira, segundo o acordo de delação assinado por ele com a Polícia Federal, em abril, e homologado no fim de junho pelo juiz João Pedro Gebran Neto, o relator da Lava-Jato na Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4).

Nesta semana os dados dos computadores de Palocci devem chegar às mãos da Polícia Federal. Peritos contratados pelo ex-ministro estão organizando o material para separar o de maior relevância.

A Projeto recebeu R$ 81,3 milhões de 47 empresas que contrataram seus serviços nos nove anos de funcionamento do escritório.

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