Palocci fecha delação com PF e pode dar novo gás a ações da Lava Jato

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Publicado em: 26/04/2018 às 09:03 | Atualizado em: 26/04/2018 às 09:03

O ex-ministro Antonio Palocci, dos governos petistas dos ex-presidentes da República Lula da Silva e Dilma Rousseff, fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A informação foi divulgada nesta quinta, dia 26, pelo jornal O Globo.

Palocci está preso desde setembro de 2016, condenado a 12 anos e 2 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e vem tentando fechar um acordo com a força-tarefa do Ministério Público na operação Lava Jato, sem sucesso até o momento.

Fontes consultadas pelo jornal afirmam que as declarações do ex-ministro poderiam causar abertura de novos inquéritos e provocar novas prisões. Lula e Dilma seriam dois dos nomes citados por Palocci.

Essas fontes acreditam que a delação do petista vai dar um novo impulso à Lava-Jato, com abertura de novos inquéritos.

Além de detalhar nos depoimentos os casos de corrupção dos quais participou ou teve conhecimento, o ex-ministro terá de apresentar provas do que diz. Se mentir ou quebrar algumas das cláusulas firmadas, poderá perder os benefícios negociados.

 

Primeiras delações

Palocci é o primeiro petista, ex-integrante da cúpula máxima do Partido dos Trabalhadores, a imputar crimes de corrupção ao ex-chefe e amigo Lula.

Em setembro de 2017, ele disse ao juiz Sérgio Moro, durante depoimento, que o partido recebeu dinheiro de propina para financiar campanhas eleitorais. E que a empreiteira Odebrecht tinha um “pacto de sangue” com o PT e Lula.

Disse Palocci a Moro que o sítio de Atibaia (SP) foi dado pela construtora a Lula como propina. Também teria feito isso com o terreno onde seria construído o Instituto Lula, “além de contratar palestras do ex-presidente por R$ 200 mil”, publicou O Globo à época.

A Moro, Palocci afirmou que o ex-presidente sabia que as diretorias da Petrobrás haviam sido loteadas para partidos políticos. E que Dilma Rousseff também participou de reuniões com Emílio e Marcelo Odebrecht para acertar a participação da empresa em obras da União.

O “pacto de sangue” a que Palocci se refere teria sido discutido em reuniões de Lula com os dois mandatários da Odebrecht a partir do fim de 2010. Até então, de acordo com a versão do ex-ministro, não havia valores estabelecidos para pagamento da Odebrecht ao PT, mas a empreiteira ficou receosa com a eleição de Dilma.

A notícia de O Globo é divulgada também pelo portal Notícias ao Minuto.

 

Foto: EBC

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