Pastoral Carcerária/CNBB exige soltar presos por risco do coronavírus
Grupo diz que superlotação e condições das prisões farão proliferar doença

Mariane Veiga
Publicado em: 16/03/2020 às 15:30 | Atualizado em: 16/03/2020 às 15:30
A Pastoral Nacional Carcerária exigiu, em carta aberta, que presos sejam soltos para evitar proliferação do coronavírus. O documento foi divulgado na sexta, dia 13.
A medida é igual ao que fez o Irã, onde mais de 120 mil pessoas foram libertadas dos presídios, informa a nota.
No país persa, 237 pessoas já morreram e mais de 7 mil estão infectadas.
O grupo católico é ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e age junto às pessoas presas e suas famílias.
Segundo a carta, “se o vírus se espalhar pelas prisões brasileiras, as consequências serão desastrosas”.
Embora 80% dos casos tenham sintomas leves, na prisão o problema seria piorado pelas condições precárias do ambiente.
“Os presos e presas possuem imunidade muito baixa por causa das condições degradantes existentes no cárcere”, afirma a nota.
De acordo com o governo federal, em reunião com representantes de 24 estados, haverá triagem mais rigorosa para visitas nos presídios.
Dessa forma, funcionários do sistema também passarão por avaliação e, no caso de algum sintoma, serão isolados.
Como resultado dessa reunião, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Governo do Amazonas já suspendeu visitas.
Por enquanto, valem para o período de 14 a 31 de março, em todos os presídios.
Até esta segunda, dia 16, o Amazonas tem um caso confirmado de coronavírus.
Conforme nota do governo, a suspensão vale para todos os visitantes externos (familiares, advogados e defensores públicos).
Igualmente, a ordem vigora na capital e interior do estado.
Mas, além desse procedimento, outras medidas dos governos, como limpeza de celas e cartilhas informativas, são criticadas pela pastoral.
“De nada adianta celas mais limpas, se estas ainda continuam superlotadas, há pouco tempo de banho de sol, há racionamento de água, torturas físicas e psicológicas, alimentação precária”, diz a carta.
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Foto: Reprodução