PDT, PSB e PCdoB se declaram oposição construtiva a Bolsonaro

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 31/10/2018 às 15:14 | Atualizado em: 31/10/2018 às 15:14

Os líderes do PDT, PSB e PCdoB na Câmara dos Deputados anunciaram, nesta quarta-feira (31), que os três partidos terão uma atuação conjunta na oposição ao futuro governo do presidente Jair Bolsonaro.

O bloco terá um total de 69 parlamentares em 2019.

O líder do PDT cearense, André Figueiredo (foto), disse que as três legendas farão uma oposição “construtiva e afirmativa” e não serão automaticamente contra todos os projetos encaminhados pelo Executivo.

“Reconhecemos a legitimidade do Bolsonaro que foi eleito com 57 milhões de votos. Não vamos ser contra tudo”, disse o deputado, captado pela Agência Brasil.

“Vamos trabalhar para que o Brasil possa sair da situação de crise, mas sem retirar direitos que já foram retirados nos últimos dois anos”.

Sobre a participação do PT na oposição, Figueiredo afirmou que o partido terá uma atuação independente.

“Ele já demonstrou, até pelo tamanho de sua bancada [56 deputados], que quer compor uma parte da oposição. O PDT, PSB e PCdoB formam um grande bloco partidário e a estes partidos estamos buscando outras forças. O PT pode eventualmente estar compondo conosco uma atuação parlamentar mesmo não fazendo parte do bloco, assim como o próprio PSDB”.

Segundo o líder do PCdoB, Orlando Silva (SP), os três partidos vão dialogar e construir propostas que sejam alternativas para enfrentar a crise.

“A lógica ultraliberal do governo Bolsonaro terá nos nossos partidos um combate decidido, firme. O Brasil precisa ter alternativas para sair dessa crise grave”, acrescentou.

 

Deputado Orlando Silva, do PCdoB, faz parte do bloco com PDT e PSB.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

Portas abertas ao PT

Silva também afirmou que PDT, PSB e PCdoB não vão vetar a atuação conjunta com qualquer partido que queira fazer oposição ao governo de Bolsonaro, a exemplo do PT.

“Teremos muitas pontes com o PT na resistência e na luta política”.

“Entendemos que neste momento é preciso fazer mais que uma atitude de contestação. O Legislativo deve se reunir em torno de uma agenda propositiva, agregando todos aqueles que estão na oposição”, disse o líder do PSB, Tadeu Alencar (PE).

No primeiro turno da eleição presidencial, o PDT teve Ciro Gomes como candidato.

No segundo turno, o partido anunciou “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial.

O PCdoB teve Manuela D’Ávila como vice na chapa de Haddad.

O PSB apoiou o PT no segundo turno das eleições.

 

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

.