PetrobrĂ¡s sabia de abusos sexuais, mas arquivou denĂºncias e nĂ£o puniu
TrĂªs ataques a mulheres foram cometidos hĂ¡ seis meses, no Rio

Publicado em: 04/04/2023 Ă s 11:27 | Atualizado em: 04/04/2023 Ă s 11:30
A Petrobras foi comunicada sobre o abuso sexual cometido contra trĂªs mulheres no Centro de Pesquisas (Cenpes) na Ilha do FundĂ£o, Zona Norte do Rio.
O crime ocorreu hĂ¡ mais de seis meses, mas a estatal sĂ³ demitiu o funcionĂ¡rio Cristiano Medeiros de Souza, acusado pelos assĂ©dios, depois de uma denĂºncia do MinistĂ©rio PĂºblico do Rio (MP-RJ).
Uma investigaĂ§Ă£o interna foi aberta pela ouvidoria da empresa depois de denĂºncias das vĂtimas, mas foi arquivada, sem puniĂ§Ă£o, sob a alegaĂ§Ă£o de falta de provas, apurou a GloboNews.
Na segunda-feira (3), a Petrobras criou um grupo de trabalho para rever os procedimentos internos de recebimento e tratamento das denĂºncias de assĂ©dio e importunaĂ§Ă£o sexual contra mulheres. As denĂºncias de abusos foram reveladas por Ancelmo Gois, colunista do jornal “O Globo”.
A GloboNews teve acesso a documentos e a relatos que mostram que a ouvidoria, o departamento de recursos humanos e a gerĂªncia do Cespen sabiam do caso desde setembro do passado.
A demissĂ£o do agressor sĂ³ aconteceu, no entanto, depois que o MP do Rio denunciou o petroleiro por assĂ©dio e importunaĂ§Ă£o sexual cometido contra uma das auxiliares de limpeza. Segundo a defesa da vĂtima, a denĂºncia foi aceita pela Justiça.
Um ofĂcio de 7 de novembro do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), por exemplo, comunicou a Petrobras que quatro trabalhadoras da Ă¡rea de limpeza de uma empresa terceirizada tinham sido a assediadas sexualmente pelo petroleiro, sendo uma delas vĂtima de estupro, dentro do Cenpes.
O documento do Sindipetro-RJ dizia que “diante da gravidade da situaĂ§Ă£o e da insegurança gerada, uma das vĂtimas pediu demissĂ£o”. No documento, o sindicato cobrava proteĂ§Ă£o das mulheres e celeridade na apuraĂ§Ă£o das denĂºncias, afirmando que a Petrobras tinha conhecimento dos acontecimentos hĂ¡ pelo menos 60 dias.
A entidade de classe afirmava ainda que foi que o empregado era conhecido na unidade “pela forma desrespeitosa como trata as mulheres, em especial aquelas de empresas contratadas”, o que poderia ser um sinal de alerta para outras possĂveis vĂtimas.
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Foto: AndrĂ© Motta de Souza/AgĂªncia PetrobrĂ¡s