PetrobrĂ¡s vai comprar Ă¡reas petrolĂ­feras na Foz do Amazonas

A inclusĂ£o de Ă¡reas na Foz do Amazonas em leilões ocorreu apĂ³s as boas perspectivas de presença de petrĂ³leo nas vizinhas Guiana e Suriname. Na prĂ¡tica, destacou uma fonte do setor, a regiĂ£o dificilmente serĂ¡ explorada no Brasil

Petrobras sofre impacto da 'guerra de preços' iniciada pela ArĂ¡bia Saudita

Publicado em: 06/04/2021 Ă s 11:14 | Atualizado em: 06/04/2021 Ă s 21:04

A PetrobrĂ¡s assinou acordo para comprar a participaĂ§Ă£o da petroleira BP em seis blocos de petrĂ³leo que estĂ£o localizados na polĂªmica bacia da Foz do Amazonas, em Ă¡guas ultraprofundas na RegiĂ£o Norte do Brasil na chamada margem equatorial. As Ă¡reas estĂ£o a 120 km do estado do AmapĂ¡.

Os seis blocos haviam sido  adquiridos pelo consĂ³rcio firmado entre Petrobras (30%), Total (40%) e BP (30%) na 11ª Rodada de LicitaĂ§Ă£o de Blocos da AgĂªncia Nacional do PetrĂ³leo (ANP),  ocorrida em 2013.

Em setembro de 2020, a Petrobras jĂ¡ havia assinado acordo para assumir a operaĂ§Ă£o e a integralidade das participações da Total nestes contratos, que ainda estĂ¡ sujeito Ă  aprovaĂ§Ă£o da ANP.

BP e Total vinham se queixando nos bastidores, segundo fontes, das dificuldades no licenciamento ambiental.

AtĂ© hoje, ainda hĂ¡ discussões com o Ibama sobre as exigĂªncias para que sejam iniciadas as etapas da atividade de exploraĂ§Ă£o.

Leia mais

Pedida suspensĂ£o da exploraĂ§Ă£o de petrĂ³leo na foz do Amazonas

A Ă¡rea Ă© considerada por ambientalistas uma das mais ricas em biodiversidade do planeta.

Agora, com o acordo, a PetrobrĂ¡s passa a deter 100% de participaĂ§Ă£o nos seis blocos. A concretizaĂ§Ă£o da operaĂ§Ă£o estĂ¡ sujeita ainda Ă s aprovações dos Ă³rgĂ£os reguladores.

Segundo a estatal, o investimento na regiĂ£o Norte estĂ¡ em linha com o plano estratĂ©gico atĂ© 2025, que prevĂª novas frentes exploratĂ³rias fora das bacias do Sudeste.

O anĂºncio ocorre em meio ao processo de mudança no comando da estatal. MĂªs passado, o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco foi demitido por Jair Bolsonaro, apĂ³s criticar o aumento de preços dos combustĂ­veis.

Para seu lugar, foi indicado o general Joaquim Silva e Luna, cujo nome deve passar pelo crivo dos acionistas em assembleia, marcada para 12 de abril.

HĂ¡ algumas semanas, quatro de oito diretores da Petrobras pediram para deixar a estatal.

Seus mandatos foram encerrados no Ăºltimo dia 20 de março, mas eles ficarĂ£o interinamente nos respectivos cargos atĂ© outros profissionais serem nomeados para a diretoria.

Em dezembro de 2018, o Ibama jĂ¡ havia negado as licenças e informado Ă  petroleira que nĂ£o cabiam mais recursos. Na ocasiĂ£o, a presidente do Ibama, Suely AraĂºjo, classificou o projeto com “deficiĂªncias tĂ©cnicas”.

No entanto, integrantes do governo jĂ¡ defenderam a exploraĂ§Ă£o de petrĂ³leo ali.

Um dos entraves mais emblemĂ¡ticos surgiu em 2018. Na ocasiĂ£o, o Greenpeace anunciou a descoberta de recife de corais em uma parte da Bacia da Foz do Amazonas, prĂ³ximo aos blocos arrematados pela Total.

As informações, publicadas na revista cientĂ­fica Frontiers in Marine Science, indicavam que a extensĂ£o dos corais era quase seis vezes maior do que os cientistas estimavam.

A Total chegou a ser alvo de protestos de ambientalistas na França por causa de suas atividades no Brasil.

A inclusĂ£o de Ă¡reas na Foz do Amazonas em leilões ocorreu apĂ³s as boas perspectivas de presença de petrĂ³leo nas vizinhas Guiana e Suriname.  Na prĂ¡tica, destacou uma fonte do setor, a regiĂ£o dificilmente serĂ¡ explorada no Brasil.

Leia mais no G1

Foto: TĂ¢nia RĂªgo/AgĂªncia Brasil