Planalto cobra resultados do ‘posto ipiranga’ de Bolsonaro para 2022

Paulo Guedes é alvo de pressão do governo e do mercado que estão de olho na campanha eleitoral do ano que vem

Publicado em: 11/09/2021 às 12:10 | Atualizado em: 11/09/2021 às 12:10

O descasamento entre a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o plano de reeleição do presidente Jair Bolsonaro ficou evidente na reunião de ministros do governo na última quarta-feira.

Durante o encontro no Palácio do Planalto, segundo o relato de participantes, Bolsonaro disse que não era hora de pensar em biografias individuais. Por outro lado, disse que o momento é de encontrar soluções para a economia. Ou seja, em suas palavras, não deixar o PT voltar ao poder.

O recado foi visto como uma crítica a Guedes — que está sob pressão para viabilizar o novo Bolsa Família e, ao mesmo tempo, entregar as reformas estruturantes esperadas pelo mercado.

Na reunião com os seus ministros, Bolsonaro alegou que também seria necessário resolver o problema do preço do gás e do combustível, que estão altos e aumentando o nível de insatisfação dos brasileiros.

Segundo integrantes do governo, o presidente espera que Guedes consiga resolver esse impasse e encontre uma forma de melhorar os “resultados econômicos” para pavimentar o caminho para a campanha de Bolsonaro em 2022.

No entanto, essa pressão política sobre o ministro da Economia é vista pelo mercado como risco de elevar os gastos e piorar o quadro fiscal.

Apesar de fazer acenos públicos de apoio ao ministro da Economia, Bolsonaro nunca escondeu a sua resistência a projetos da agenda liberal, defendida por Guedes.

Além da cobrança do presidente, o ministro da Economia vem sofrendo a pressão de seus colegas de governo — que, de olho nas eleições em 2022 em seus estados, defendem a flexibilização do teto de gastos.

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Foto: Edu Andrade/Ascom/ME