Entenda como plano de Guedes e Bolsonaro vai corroer sua renda
A medida deve prejudicar um total de 75 milhões de pessoas

Ferreira Gabriel
Publicado em: 21/10/2022 às 10:57 | Atualizado em: 21/10/2022 às 10:57
A reeleição de Jair Bolsonaro deve custar um preço alto a ser pago por aposentados, recebedores de benefícios sociais e trabalhadores ativos, que compõem a parcela mais pobre da sociedade.
O alerta é feito pelo economista Eduardo Fagnani, professor da Unicamp.
Em suma, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que conta com a recondução para o cargo, pretende acabar com a correção do valor do salário mínimo e da aposentadoria pela inflação passada, o que significa retomar uma prática da ditadura militar.
O projeto joga no lixo um dos principais avanços da Constituição de 1988, que vinculou os benefícios previdenciários e sociais ao salário mínimo, alerta Fagnani.
Em entrevista o economista explica sobre o plano de Guedes.
“Esta eleição é entre a ditadura e a democracia e o Bolsonaro já está apontando o caminho ditatorial. Por exemplo, quando ele quer mudar a composição do STF reeditando o Ato Institucional número 2 do período militar. Na questão da Previdência, é a mesma coisa. Quando você deixa de considerar o salário mínimo como base de referência para o reajuste das aposentadorias, está reeditando uma política da ditadura”, disse.
Os mais prejudicados
“Isso não afeta apenas os benefícios da Previdência Rural e Urbana. Prejudica também o auxílio desemprego e o Benefício de Prestação Continuada. Guedes ajudou a ditadura de Pinochet e suas medidas se espelham em políticas ditatoriais”, explicou o economista.
De acordo com ele, “cerca de 45 milhões de pessoas sofrerão uma substancial perda pela corrosão do valor real desses benefícios sociais, que hoje tem um papel fundamental para mitigar a desigualdade”.
No total a medida pretendida por Guedes prejudicará, portanto, um total aproximado de 75 milhões de pessoas.
“São exatamente os mais pobres. A reedição do arrocho salarial vale também para os trabalhadores ativos que recebem salário mínimo. E quando arrocha o salário mínimo, comprime também os benefícios da Previdência”, afirma.
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Foto: Isac Nóbrega/PR