Na véspera das manifestações de 7 de setembro, convocadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores, políticos como ex-presidentes, intelectuais, parlamentares e ministros de 26 países alertam para o risco de os atos criarem “uma possível insurreição” que “colocará em perigo a democracia no Brasil”. A reportagem é do Estadão compartilhada pela revista IstoÉ.
A preocupação com “um golpe de Estado” está formalizada em uma carta divulgada nesta segunda-feira, 6.
“Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados – incluindo grupos supremacistas brancos, a polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis de governo – estão preparando uma marcha nacional contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso em 7 de setembro, aumentando os temores de um golpe de Estado na terceira maior democracia do mundo”, diz o documento.
O texto ressalta que autoridades internacionais estão atentas para os acontecimentos no Brasil e não serão tolerantes com qualquer ruptura democrática.
“Estamos profundamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil – e estaremos vigilantes em defendê-las antes e depois de 7 de Setembro. O povo brasileiro tem lutado durante décadas para garantir a democracia contra o domínio militar. Não devemos permitir que Bolsonaro os tire agora.”
O documento dos políticos cita as ameaças de Bolsonaro, nas últimas semanas, que moldaram a escalada dos ataques de contra instituições democráticas.
“Em 10 de agosto, ele organizou um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, e seus aliados no Congresso impulsionaram reformas radicais no sistema eleitoral do país, amplamente considerado um dos mais confiáveis do mundo. Bolsonaro e seu governo têm – repetidamente – ameaçado cancelar as eleições presidenciais de 2022 se o Congresso não aprovar essas reformas.”
Nomes na carta
O documento foi divulgado, na manhã desta segunda, pela Progressive International , uma rede global progressista que monitora o avanço da direita no mundo.
A carta é assinada por nomes como o ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, além Noam Chomsky, o vencedor do prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e políticos europeus como o grego Yanis Varoufakis, o britânico Jeremy Corbyn e o francês Jean Luc Melanchon.
Congressistas americanos também fazem parte dos signatários, além de deputados suíços, alemães e mesmo da Nova Zelândia.
Leia a íntegra da carta e seus signatários reproduzida na IstoÉ :
Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil