Professor agredido em CMPM diz que tem medo de voltar à escola

Neuto Segundo

Publicado em: 23/10/2019 às 10:27 | Atualizado em: 14/11/2019 às 12:59

 

Com sete anos de carreira, o professor Anderson Pimenta Rodrigues ganhou um capítulo difícil de ser esquecido.

No dia 27 de agosto, o docente foi duramente agredido dentro do Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM) 1, unidade Petrópolis, em Manaus, unidade em que atuava desde 2015, dando aulas de Língua Portuguesa. O agressor seria o tenente-coronel Augusto Cesar Paula de Andrade, diretor do CMPM1.

 

Leia mais

 

Josué sugere investigar agressão a professor de colégio militar

 

Rodrigues conta que o caso começou ao se negar a assinar um livro de ocorrências onde estavam registradas três infrações que alega não ter cometido.

A negativa lhe rendeu um tapa no rosto desferido pelo tenente. Em um vídeo que circula pelas redes sociais, é possível ver o momento em que o professor é conduzido para uma sala por Andrade e mais dois militares, após a primeira agressão.

“Lá, sofri tortura física e psicológica. Fui empurrado, tive arma apontada para a minha cabeça e fui chamado de ‘professor de merda’”, relatou a CartaCapital.

Rodrigues registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. O laudo do exame de corpo de delito produzido pelo Instituto Médico Legal comprovou “lesões compatíveis com as produzidas por instrumento ou meio contundente”.

Desde o ocorrido, o professor está em licença médica, mas afirma não ter mais coragem de retornar ao colégio.

“Emagreci 10 quilos, desenvolvi síndrome do pânico, sofro de insônia. Estamos mexendo com o alto escalão da polícia, é impossível não ter medo.”

 

Leia mais na Carta Capital

 

Foto: reprodução Carta Capital